O Programa REDD Early Movers (REM MT) apoiou o encontro com representantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Mato Grosso (SEPLAG) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) que realizou o acompanhamento das atividades necessárias ao processo de homologação do Mapa da Vegetação Primária de Mato Grosso.
A avaliação conjunta, entre as equipes técnicas envolvidas, busca verificar os resultados do trabalho de mapeamento realizado ao longo de 15 anos no Estado. Durante o encontro, foram identificadas possíveis inconsistências nos procedimentos de interpretação e classificação da vegetação, avaliação do material cartográfico já produzido, levantamento de dúvidas persistentes e definição de encaminhamentos para atividades futuras.
O Coordenador do Subprograma Fortalecimento Institucional e Políticas Públicas Estruturantes do REM MT, Elton Antonio da Silveira, falou sobre a importância do encontro:
“Estávamos aguardando essa reunião com o IBGE para responder às dúvidas com relação à tipologia utilizada no Estado de Mato Grosso, porque aqui temos uma nova tipologia e outras questões que divergem do mapeamento do RADAMBRASIL, principalmente quanto a ocorrência da Floresta Ombrófila, da Floresta Estacional Sempre-verde e também a ocorrência da Floresta Estacional Semidecidual no Bioma Amazônia”.
Para o Tecnologista de Informações Geográficas e Estatísticas do IBGE, André Correia de Almeida, que atua no Mapeamento de Vegetação do Brasil, o encontro foi muito importante:
“Nós verificamos que as atividades desenvolvidas são muito interessantes, com propostas inovadoras apresentadas pela equipe do Programa REM MT, envolvendo o uso de tecnologias e metodologias diferentes de mapeamento, que nós estamos avaliando. Os resultados serão muito interessantes na questão de delimitação de áreas, tipos de vegetações diferentes que não estavam muito bem contempladas no nosso mapeamento oficial”.
Luiz Alberto Dambros, que também atua no Mapeamento de Vegetação do Brasil pelo IBGE, salientou que o trabalho realizado por Mato Grosso servirá de modelo para outros estados:
“O estado de Mato Grosso talvez seja o maior laboratório do Brasil para se estudar sobre vegetação por conta da grande diversidade presente. O que foi produzido dentro desse projeto é um acervo imensurável de informações que o próprio IBGE irá incorporar no seu acervo e divulgar. O banco de dados de recursos naturais do IBGE receberá um aporte de mais de 2 mil pontos nesta área e isso é fantástico”.
Mapa de Vegetação Primária de Mato Grosso
A atualização dos dados sobre a vegetação de Mato Grosso será um importante aliado na fiscalização do desmatamento ilegal no Estado e no entendimento da reserva legal. Ele também poderá servir de referência para elaboração dos estudos de Planos de Manejo das Unidades de Conservação.
O geólogo e Técnico Analista Administrativo da SEPLAG, Juraci de Ozeda Ala filho, participou de todo o processo de construção do Mapa de Mato Grosso e falou sobre a importância dessa atualização:
“O estado de Mato Grosso carecia desse trabalho de mapeamento da vegetação original, porque, a única fonte que nós trabalhávamos para classificar e autorizar a supressão da vegetação era o RADAM, que foi feito na década de 70”.
O trabalho foi iniciado em 2008, quando foram realizadas diversas expedições pelo estado, onde foram realizadas amostragem de pontos com descrições de parâmetros do ambiente físico, estrutura da vegetação, formas de vida e identificação de espécies florestais arbóreas e arbustivas, para classificar a tipologia da região.
Esse trabalho contou com o apoio do Programa REM MT que destinou recursos para contratação de profissionais capacitados durante todo o período de levantamento de dados, assim como equipamentos adquiridos e custeio para a equipe do projeto.
A previsão é que o trabalho seja concluído em 2025, culminando na homologação, publicação e disponibilização ao público do novo Mapa da Vegetação de Mato Grosso.
Com informações e imagens do REM MT
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