Na última quinta-feira (23/1), representantes da Unidade Regional da Agência Espacial Brasileira no Maranhão (URMA) acompanharam a visita da Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, em São Luís–MA. 

Acompanhada pelo governador do Maranhão, Carlos Brandão, e pelo reitor da UFMA, Fernando Carvalho Silva, a Ministra visitou as instalações do Laboratório de Propulsão Aeroespacial (Acrux Aerospace) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e acompanhou o lançamento de um veículo lançador de satélites de pequeno porte.

Além disso, foi apresentado o Projeto do Nanossatélite Aldebaran-I, desenvolvido com o apoio da AEB, que, recentemente, passou por seu último teste ambiental no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos–SP. 

“Esta área é parte da Estratégia Nacional de Defesa e do Programa Espacial Brasileiro, que tem, na Base de Alcântara, uma posição privilegiada. Isso cria uma nova realidade, até mesmo para a economia do Maranhão”,

afirmou a Ministra. 

O MCTI, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), tem investido no fortalecimento do Maranhão como um polo estratégico do Programa Espacial Brasileiro, tendo como base o Centro de Lançamento de Alcântara.

In loco, pesquisadores e parceiros da UFMA estão desenvolvendo o projeto do Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP), contratado pela Finep, com recursos do FNDCT, em parceria com um consórcio liderado pela empresa AKAER. Esse consórcio inclui a empresa Acrux, responsável pelo desenvolvimento dos motores foguetes S-30 (1º e 2º estágio) e S-18 (3º estágio). 

Para o carregamento desses motores, será construída uma fábrica de propelentes em uma área adquirida pela empresa na ilha de São Luís. A construção representará um avanço para o Centro de Lançamento de Alcântara.

“Estamos anunciando R$ 30 milhões para a construção dessa fábrica de propelentes. Essa iniciativa será associada a projetos de veículos lançadores de pequeno porte, uma tecnologia que o Brasil ainda não domina completamente. Até 2026, o Brasil, pela primeira vez, não precisará mais lançar satélites fora do país. Isso é histórico, representa soberania nacional”,

destacou a ministra.

O governador Carlos Brandão ressaltou que o Maranhão possui uma vantagem estratégica para se tornar uma potência na área espacial.

“Temos a localização privilegiada. Alcântara está a apenas dois graus abaixo da linha do Equador, o que reduz em 30% o custo de lançamento de foguetes, devido à economia de combustível. Essa característica é única no Brasil e se soma à expansão do cabeamento da Infovia, que chegará à Base de Alcântara, melhorando a conectividade da região”,

explicou

Investimento no setor espacial

O investimento no projeto VLPP no Maranhão é de R$ 30 milhões, provenientes do FNDCT. Além do VLPP liderado pela AKAER, o programa inclui outros dois projetos de veículos lançadores, também contratados pela Finep e em desenvolvimento: um segundo VLPP, coordenado por um consórcio liderado pela empresa CENIC, e o veículo R.A.T.O (Rocket Assisted Take Off), projetado para transportar o veículo hipersônico 14-X até a atmosfera, alcançando altitudes de até 30 quilômetros. O lançamento dos dois VLPPs e do R.A.T.O. estão estimados para 2026, em Alcântara, conforme os prazos contratuais. No total, são R$ 486,8 milhões investidos nos três projetos.

O reitor da UFMA, Fernando Carvalho Silva, destacou o papel da Universidade nesse processo.

“Nós estamos indo além dos muros da Universidade, firmando parcerias e prestando serviços a empresas. Também submetemos uma proposta a um edital de Parque Tecnológico da Finep, buscando atrair mais empresas e fortalecer o desenvolvimento tecnológico no estado”,

disse.

Para o Maranhão, esses anúncios consolidam sua vocação como o segundo polo industrial científico-tecnológico do Programa Espacial Brasileiro, alinhado à Estratégia Nacional de Defesa (END) e às políticas do MCTI para descentralizar o desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no Brasil.

Centro de Pesquisas Espaciais

O MCTI está estudando a criação de um Centro de Pesquisas Espaciais no Maranhão, com foco no desenvolvimento de veículos lançadores e satélites. O projeto, que contará com recursos do FNDCT, está alinhado às diretrizes do Ministério para fortalecer as vocações regionais em CT&I.

Uma comissão formada por representantes da Finep, da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e da UFMA terá 90 dias para apresentar uma proposta de financiamento. O centro será integrado ao futuro Parque Tecnológico do Maranhão, cujo edital está em análise final pela Finep. A iniciativa busca atrair empresas do setor espacial, aproveitando as condições estratégicas do Centro de Lançamento de Alcântara.

Com informações e imagens da AEB e MCTI


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