O agronegócio é um setor vital para a economia brasileira. No entanto, assim como outros segmentos, ele enfrenta desafios constantes, principalmente, devido ao cenário de instabilidade política e econômica. Diante disso, cabe ao produtor a missão de procurar alternativas que ajudem a manter as operações mesmo em meio a situações incontroláveis. E, a tecnologia, como sempre, se mostra como um recurso indispensável.

Sabemos que o uso de recursos tecnológicos já é uma realidade no agro. Entretanto, esse movimento ainda não é aplicado de forma unânime por todas as empresas. Muitas ainda têm dificuldades para avançar com a tecnologia nas operações, como confirma o Índice Transformação Digital Brasil (ITDBr) 2024, da PwC Brasil. De acordo com o estudo, o segmento apresenta o menor índice de maturidade digital entre as indústrias avaliadas de, aproximadamente, 3,1, resultado abaixo da média dos demais setores.

Ainda segundo o ITDBr, o agronegócio tem uma postura mais conservadora em relação à transformação digital, sendo que 75% das organizações optam por uma abordagem seletiva para investir em tecnologia. Entre as principais causas para este resultado, de acordo com o estudo, está a cultura organizacional, que se mostra como um grande obstáculo a ser superado por 73% das empresas.

Ou seja, se por um lado temos grandes empresas que já compreendem como a tecnologia beneficia as operações, por outro, ainda temos aquelas que possuem resistência por não entenderem, de fato, como este recurso pode auxiliar no dia a dia.

Diferentemente de outros setores, o agro é responsável desde o plantio e colheita, até a distribuição final. Com isso, cabe a empresa a missão de monitorar cada uma das etapas, a fim de garantir que o produto chegue até o consumidor. Na prática, estamos falando de um processo complexo que exige um rigoroso controle e acompanhamento, o qual, se realizado totalmente de forma manual, impacta em erros e falta de confiabilidade, considerando que as informações não são fornecidas de forma completa.

Neste sentido, a tecnologia se posiciona como um fator determinante para a eficácia das operações. Por meio de recursos como drones, sensores, IoT (Internet das Coisas), Big Data e, sobretudo, a Inteligência Artificial, os produtores passam a obter ganhos significativos, uma vez que têm acesso a informações confiáveis que garantem redução de custos e máxima produtividade.

Com as operações automatizadas e por meio de análises preditivas, torna-se possível identificar gargalos na gestão, se antecipar em meio a instabilidades comerciais, garantir lucratividade, ter um melhor preparo frente as mudanças climáticas, controle e qualidade do solo, entre outros indicadores que beneficiam as atividades diárias.

O agronegócio é considerado uma área do futuro. Ou seja, planta hoje, pensando em conquistar o amanhã. Deste modo, considerando que, da porteira para fora, há um clima instável, é primordial que, da porteira para dentro, os processos estejam alinhados e em dia, afinal, são os investimentos feitos agora que irão determinar a conquista de resultados promissores.

Contudo, é fundamental enfatizar que a tecnologia não é capaz de fazer tudo sozinha. Ou seja, de nada adianta adquirir um sistema de gestão, sem que “a casa esteja em ordem”. Quanto a isso, ter o apoio de uma consultoria especializada é uma estratégica importante a ser adotada. Isso porque o time de especialistas, além de guiar a empresa rumo às melhores práticas, também segue o modus operandi da organização, levando em conta as particularidades de cada vertical do setor.

Apesar dos obstáculos, o agronegócio continua em alta. Em 2024, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o setor representou 23,2% do PIB total do Brasil. E, para 2025, a expectativa é que o segmento cresça entre 3,5% até 6% no PIB da Agropecuária, impulsionado pela safra recorde de grãos estimada em 322,4 milhões de toneladas.

As projeções são promissoras, e mostram o tamanho da força que o segmento possui. Por sua vez, para conseguir extrair o que há de melhor, é preciso começar desde já a tomar iniciativas nesse sentido, visando assegurar o desempenho favorável frente as instabilidades que serão, cada vez mais, recorrentes. Até porque, a inação é o que provoca a estagnação do ponto de vista de crescimento. E, para implementar um novo processo, é preciso colocar em prática a visão preditiva de cuidado e controle.

* Vitor Nasser é diretor executivo da AUMA Negócios
** Rogério Capucho é Co-CEO da SPS Group

Com informações da AUMA Negócios
Imagem de capa: Pixabay


Receba notícias sobre Drones, Geo, Espaço e eVTOLs no WhatsApp!

Siga nossas redes sociais de Drones, Geotecnologias, Espaço e eVTOLs


Veja como foram as feiras DroneShow RoboticsMundoGEO ConnectSpaceBR Show e Expo eVTOL 2025, com mais de 10 mil visitantes de 30 países, 150 expositores, 200 palestrantes e 150 horas de conteúdo: