Eliminar a logística da base via rádio UHF? Para qualquer profissional que utiliza RTK em campo, essa pergunta parece um sonho impensável que representa a diferença entre dias de preparação e trabalho para uma produtividade imediata.

Hoje é muito comum em projetos a rotina de planejar um bom ponto para a base, que tenha boa visibilidade de sinal, sem obstruções de sinal GNSS e sem obstruções físicas entre o local de trabalho, e nem sempre esse cenário ideal é possível. 

Após essa etapa é importante rastrear aquele ponto base por diversas horas e realizar o processamento PPP no dia seguinte, que ainda sim pode ter algum problema se feito incorretamente, gerando um retrabalho de fazer tudo novamente. 

Isso sem contar os custos de tempo e equipe para transportar diversos equipamentos para o local planejado, configurar os equipamentos, e a preocupação constante durante o trabalho com a segurança dos equipamentos da base, essa é uma dependência que a maioria dos profissionais busca eliminar.

Por que a base é essencial no método RTK?

Em levantamentos precisos com GNSS e RTK, a base sempre foi um componente essencial, pois atua como a referência fundamental para corrigir os erros nos sinais de satélite. 

Um receptor (Rover) sozinho não consegue distinguir os erros causados pela atmosfera, ionosfera, troposfera ou por imprecisões orbitais, o que limita sua acurácia. Ao posicionar a Base em um ponto com coordenadas previamente conhecidas, ela calcula em tempo real a diferença entre sua posição real e a que os satélites estão indicando. 

Essa diferença é, na prática, o erro do sistema. A Base então transmite essa informação de correção, via rádio UHF, para o Rover, que a utiliza para anular os mesmos erros em suas próprias medições, alcançando assim a precisão centimétrica necessária para trabalhos de geodésia e engenharia.

Desafios do método RTK tradicional com base e rádio UHF

O método RTK tradicional com Base e Rover UHF impõe desafios operacionais e de tempo significativos. 

A determinação das coordenadas da base exige um rastreio estático de pelo menos 4 horas, seguido por um pós-processamento que depende da liberação de dados de órbita precisa, podendo levar de um a dois dias antes do início do levantamento. 

Em campo a produtividade é limitada pelo alcance do rádio UHF e restrito a um raio médio de 5 km. Sua conexão é vulnerável a obstruções de visada e interferências eletromagnéticas, que podem reduzir o alcance em até 80%. 

Além disso, o sistema está sujeito a riscos críticos, como o conflito com outras frequências de rádio ou a corrupção de dados da base, que podem invalidar as medições e exigir o retrabalho completo do levantamento.

RTK sem base física: como o RoverConnect transforma o processo

E existe alguma forma que não seja esse martírio? 

Sim, ela já é realidade: o RoverConnect, a Rede NRTK da CPE Tecnologia. 

Em vez de depender de uma só base temporária que você precisa montar, você pode contar com mais de 190 Estações de Referência de Operação Contínua (CORS – Continuous Operating Reference Stations) com funcionamento 24 horas por dia e 7 dias por semana e disponibilidade de 99,9% e ampla cobertura, estando presente em 24 estados brasileiros.

O RoverConnect é uma solução NRTK (Network RTK) que utiliza o protocolo NTRIP para a transmissão de dados correcionais, sendo todas as 190 as bases disponíveis já processadas em SIRGAS 2000 com alcance de até 50km. 

Quando um rover (receptor GNSS) estabelece uma conexão de internet, seleciona a base mais próxima e envia sua posição aproximada, o servidor central recebe os dados de posição deste rover, utiliza os dados brutos de múltiplas estações CORS circundantes para modelar os erros sistêmicos que afetam os sinais GNSS. 

Em frações de segundos, ela gera um pacote de correções altamente otimizado no formato OSR (Observation Space Representation), que por sua vez é transmitido de volta ao equipamento em campo, que aplica as correções recebidas com uma rápida resolução das ambiguidades de número inteiro e o cálculo de uma posição com precisão centimétrica, conhecida como solução RTK fixa.

Conectou, corrigiu, concluiu: o novo padrão de produtividade com RTK

O processo é tão simples quanto fazer um misto quente, em instantes o receptor alcança a solução Fixo (RTK) com correções estáveis e confiáveis, o trabalho é concluído com muito mais agilidade e o operador pode cobrir áreas muito maiores sem se preocupar com o alcance do rádio ou ter que reposicionar a base. 

O projeto termina mais rápido com o RoverConnect. Uma nova forma de se trabalhar com RTK: conectou, corrigiu, concluiu.

O futuro do RTK: mais conectividade e produtividade

Seria este então o fim da dependência de base? 

Não absolutamente, como o RoverConnect depende de internet para o funcionamento não é uma solução milagrosa, mas em regiões com cobertura de internet representa avanço, inovação e agilidade. 

Trabalhar com o RoverConnect gera um aumento radical da produtividade, redução de custos com equipamentos e logística, maior segurança operacional e qualidade e rastreabilidade superiores dos dados de forma contínua e assistida. 

Experimente também o futuro da topografia, fale com nossos especialistas e veja na prática como é simples: conectar, corrigir e concluir com o RoverConnect.

*Matheus Fonseca – Analista de Infraestrutura RoverConnect da CPE Tecnologia


A CPE Tecnologia já está confirmada como expositora na feira DroneShow, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL 2026, que será realizada de 16 a 18 de junho no Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).

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