Os equipamentos eletrônicos que integram as redes elétricas do Microlançador Brasileiro (MLBR) foram recentemente aprovados em uma importante etapa de sua campanha de Testes ambientais de qualificação: os ensaios de vibração. Esses ensaios têm como objetivo reproduzir, em ambiente controlado, as condições extremas que o lançador enfrenta desde a decolagem até a operação em órbita.

A empresa ETSYS, coexecutora do programa, possui um laboratório próprio e uma equipe altamente qualificada para executar esse tipo de ensaio, sendo também responsável pela condução dos testes ambientais do projeto. Durante a campanha, foram realizados testes de vibração senoidal, aleatória e de choque nos seguintes equipamentos: Baterias, Módulo de Terminação de Voo (MTV) e do  Módulo de Comando e Distribuição de Energia (MCE) e o Módulo de Atuação de Piro-Eventos (MAP) – todos desenvolvidos pela ETSYS e responsáveis por funções críticas de controle e monitoramento durante a missão.

O processo utiliza um equipamento chamado Shaker Eletrodinâmico, que gera vibrações controladas capazes de simular os esforços mecânicos típicos do lançamento de um foguete, permitindo verificar o comportamento dinâmico e a integridade estrutural e funcional dos equipamentos.

Normas internacionais

Os ensaios seguiram rigorosamente as normas internacionais, que definem critérios de severidade, duração e margens de segurança para sistemas espaciais. O cumprimento dessas normas garante que os equipamentos possam suportar as vibrações durante o voo, sem perda de desempenho ou danos estruturais.

Apesar das máquinas de teste serem robustas, elas não possuem capacidade para reproduzir os esforços em escala real, devido à grande massa e dimensões de um veículo lançador. Dessa forma, os ensaios são conduzidos em módulos, subconjuntos e componentes específicos.

As etapas de Qualificação e Aceitação dos componentes do MLBR possibilitam não apenas comprovar a resistência do projeto como um todo, mas também detectar falhas potenciais em cada componente, assegurando a confiabilidade necessária para o êxito da missão.

Sobre a ETSYS

Fundada em 2013 por engenheiros experientes em desenvolvimento de sistemas eletrônicos embarcados e automação industrial, a ETSYS tem foco no desenvolvimento de produtos e soluções de inovação tecnológica. A empresa presta consultorias e serviços nas áreas de engenharia de sistemas, gerenciamento de projetos, desenvolvimento de novos produtos, soluções sistêmicas e fabricação de produtos para as áreas industrial, aeroespacial e militar.

No setor aeroespacial, a ETSYS participou do desenvolvimento do sistema embarcado do SARA Suborbital (Satélite de Reentrada Atmosférica) junto à Mectron e à Cenic; e do VSISNAV (Lançador de Satélite para testes do SISNAV) junto à Mectron. No setor militar, colaborou com o Sistema de Controle de Tiro para um lançador de foguetes de saturação de área para a MacJee Defesa. E no industrial, desenvolveu vários produtos e sistemas para Johnson&Johnson Brasil, Argentina, Chile e Colômbia.

No MLBR, a ETSYS é responsável pela segurança de voo e pela Rede Elétrica de Serviço, para prover e controlar a alimentação elétrica dos equipamentos embarcados e a atuação dos eventos pirotécnicos de sequenciamento. A empresa também é responsável por desenvolver, fabricar e qualificar os equipamentos da Rede Elétrica de Segurança.

Sobre o MLBR

O MLBR faz parte de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para a construção de um Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP) brasileiro. O projeto é conduzido por um arranjo produtivo nacional que integra empresas brasileiras de base tecnológica, como Cenic Engenharia, ETSYS, Concert Space, Delsis e Plasmahub, além de parceiras estratégicas como Bizu Space, Fibraforte, Almeida’s, HORUSEYE TECH e Castro Leite Consultoria (CLC).

O projeto é viabilizado por um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e tem como foco a realização de missões científicas e o lançamento de satélites para órbita baixa. Reunindo especialistas de diversas áreas da engenharia, representa um passo estratégico em direção à soberania nacional no acesso ao espaço.

Mais do que um marco técnico, isso pode representar a conclusão da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) — um projeto nacional criado no final dos anos 1970 com o objetivo de tornar o Brasil capaz de desenvolver, lançar a partir de nosso território e operar seus próprios satélites.

Este avanço é fruto de décadas de investimento público, pesquisa científica e, agora, da participação ativa da iniciativa privada no fortalecimento do ecossistema espacial nacional, ao lado de instituições governamentais como o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Características do MLBR

Com 12 metros de altura, 1,1 metro de diâmetro e capacidade para transportar até 30 kg de carga útil em órbita baixa, o MLBR será impulsionado por três motores de propelente sólido. Entre os diferenciais do projeto estão o uso de tecnologias avançadas de propulsão, sistemas redundantes de segurança e um planejamento rigoroso de operações, que segue padrões internacionais. Além disso, a estrutura do veículo é feita em fibra de carbono para garantir um sistema mais leve, rápido, eficiente e com alta resistência direcional.

Com informações e imagens da ETSYS


Receba notícias sobre Drones, Geo, Espaço e eVTOLs no WhatsApp!

Siga nossas redes sociais de Drones, Geotecnologias, Espaço e eVTOLs


Veja como foram as feiras DroneShow RoboticsMundoGEO ConnectSpaceBR Show e Expo eVTOL 2025, com mais de 10 mil visitantes de 30 países, 150 expositores, 200 palestrantes e 150 horas de conteúdo: