Geotecnologias já são realidade em várias Utilities brasileiras. Na corrida da modernização do setor elétrico, levam vantagem empresas que começaram seus investimentos há algumas décadas, enquanto outras começam agora a investir pesado na área para não ficar atrás da concorrência
Por Renato E. Abrahão Filho

Com o início da abertura do mercado de Utilities no Brasil, empresas prestadoras de serviços públicos começam a investir pesado na modernização e aprimoramento dos seus sistemas. Dentro desse cenário de privatizações e concessões, desponta o setor elétrico, que após o início do processo de concessões aparece como grande e promissor pólo de investimentos em múltiplas áreas, especialmente no Geoprocessamento.

É difícil imaginar hoje uma empresa de energia elétrica que possa operar de maneira eficiente sem contar ao menos com uma base de cadastro gráfica, georreferenciada. Torna-se cada vez mais imperativo às centrais elétricas oferecer serviços satisfatórios aos seus consumidores, que com a abertura do mercado adquirem papel preponderante, tornando-se vitais para o fortalecimento das indústrias privadas. Uma empresa pode ter sua marca valorizada ou deturpada de acordo com o serviço oferecido, o que pode levar tanto à glória quanto à falência no mercado capitalista. Também com a possibilidade de competição, empresas acostumadas a gerenciar enormes e enferrujadas estruturas preparam-se para o novo milênio contando com as Geotecnologias como elemento vital nessa transição.

Com essas perspectivas pela frente, o segmento de Geomática para Utilities ganhou novo e inédito fôlego no Brasil nos últimos anos. Hoje, com o auxílio de softwares que procuram rodar em ambientes que sejam o mais amigáveis possível, pode-se visualizar na tela do computador milhares de informações que, cruzadas, traçam amplos e ao mesmo tempo precisos panoramas do funcionamento da companhia naquele momento. Dessa forma, o GEO entra para ficar nos mais diversificados setores de Utilities, conquistando adesão maciça de empresários e valorizando o serviço dos profissionais envolvidos.

O antigo quadro sinótico da Escelsa, relativo à região de Vitória…

e o quadro atual, mapas de fácil consulta direto na tela do computador.

Usos e vantagens
Dentro das centrais elétricas, o GEO encontra múltiplas funções. O coordenador do projeto de Geoprocessamento da Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas), Antônio Carlos Gomide, destaca a aplicação na área de Cadastro. "Sem dúvida é o setor que mais utiliza Geotecnologias. Hoje o Cadastro é muito mais confiável que antigamente, quando existiam pequenos erros difíceis de detectar. Aposentamos o velho quadro sinótico e agora trabalhamos com um telão onde aparecem graficamente as coordenadas dos nossos consumidores e equipamentos", conta, lembrando que 92% dos clientes da Escelsa já estão georreferenciados.

O responsável pela área de Cadastro da empresa, José Manoel, confirma a declaração. "Hoje o trabalho é muito mais claro e limpo, mais transparente. Identificamos as coordenadas geográficas de qualquer equipamento da empresa em poucos minutos, agilizando o processo de manutenção e prevenindo o surgimento de problemas mais graves", revela. A confiabilidade do trabalho aumentou devido à correção dos eventuais erros de trena do cadastro anterior, que era alfanumérico.

No atendimento aos clientes o GEO também mostra sua força. "Antigamente a triagem das reclamações recebidas pela empresa era toda manual e feita em papel, o que acabava gerando confusões como o mesmo problema mobilizar equipes de manutenção distintas ou então acontecer o contrário, problemas iguais serem atendidos por equipes diferentes. Com o uso do GEO na triagem, sabemos exatamente a natureza e localização de cada entrave, e assim reduzimos drasticamente o tempo de resolução de problemas", conta o analista de sistemas Geraldo Cezar Corrêa, membro da equipe de Geoprocessamento da COPEL (Companhia Paranaense de Energia).

Hoje, na grande maioria das empresas que estão implantando sistemas de informações geográficas, o quadro de atendimento a reclamações mobiliza verdadeiras operações cinematográficas. "O consumidor com problemas liga para a central de atendimento, no mesmo instante um identificador de chamadas localiza o número de onde partiu a ligação e associa esse dado a uma componente geográfica – um segmento de rua – , e mostra os equipamentos que abastecem a região. Esses dados por sua vez alimentam um aplicativo da Manutenção, que aponta onde está e qual é o provável erro. Com essa informação em mãos, a equipe técnica de campo, cujos veículos são monitorados por satélite, vai sem demora exatamente para o ponto defeituoso da rede, reparando-o em pouco tempo", exemplifica o gerente do projeto de GEO da CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina), Jackson da Silva.

O crescimento planejado da rede elétrica – das subestações aos postes nas ruas e ligações domésticas – é outra divisão onde o Geoprocessamento se faz presente, para a alegria de técnicos e engenheiros que não precisam mais trabalhar com montanhas de papel para desenvolver novas plantas. Na maioria das vezes não é necessário nem que o projetista vá a campo, basta observar o mapa georreferenciado da cidade através da tela do seu computador, desenhar o projeto e traçar as coordenadas da obra.

Dentro da Lei
Um dos grandes responsáveis por essa consciência empresarial de investimentos em GEO nesse mercado é a agência que regula o setor elétrico no país, a Aneel. Visando atender plenamente todas as resoluções da agência, e assim escapar das severas penalidades impostas – entre elas o rompimento do contrato de prestação de serviço público – as concessionárias acabam recorrendo ao GEO como forma de adequar seus serviços ao padrão exigido.

Embora não legisle especificamente sobre Geotecnologias nas Utilities elétricas, um bom exemplo da influência da Aneel é a resolução que determina que, a partir de janeiro do próximo ano, cada empresa deverá discriminar na conta de luz dois índices específicos, o de "Duração de Interrupção" (DIT), e de "Freqüência de Interrupção" (FET). O termo "Interrupção" refere-se às falhas de serviço, ao tempo em que a empresa deixou consumidores sem energia. De posse desses indicativos, o cliente saberá exatamente quanto tempo ficou com os serviços elétricos interrompidos em sua residência ou escritório e também com que freqüência aconteceram quedas de energia. Para tanto, o uso do GEO é indispensável, no papel de ferramenta capaz de equacionar precisamente esses índices e – mais importante – ajudar a diminuí-los ao máximo e assim contribuir para a melhoria da imagem da empresa.

Pioneirismo
Muito antes do Governo Federal dar sinais do seu interesse em privatizar as companhias elétricas do país, algumas dessas empresas já manifestavam ampla preocupação com o futuro. E agora que esse futuro chegou, o investimento em GEO feito em décadas passadas começa a provar seu valor, quando bases imensas de dados são convertidas para sistemas geográficos capazes de otimizar a atuação dessas centrais. Esse é o caso da CEMIG (Companhia Elétrica de Minas Gerais), que em 1976 – quando o Geoprocessamento ainda era uma ferramenta pouco difundida nos meios empresariais – iniciou o cadastramento de suas instalações em bases georreferenciadas.

Hoje, segundo o coordenador geral do GEO na Cemig, Marcos Abi-Ackel, a concessionária possui "o maior centro do mundo de tecnologia de Geoprocessamento para energia elétrica". A afirmação não é vazia, vem de um grupo que já atende a cerca de 5 milhões de consumidores (sendo que 90% georreferenciados) e utiliza o GEO em áreas tão díspares quanto a Segurança, Recursos Humanos, Departamento Jurídico, Finanças e, é claro, Distribuição de Energia. Na empresa mineira existem duas grandes vertentes de Geoprocessamento, programas denominados Gemini e Geocemig.

Tela do GEMINI, da CEMIG, mostrando uma consulta a um alimentador da rede sobre uma ortofoto.

O Geocemig é um projeto macro, cobre todo o estado mineiro e atua em diversas áreas dentro da empresa, constituindo-se numa poderosa ferramenta de trabalho. Foi desenvolvido dentro da própria concessionária, usando uma base sobre Windows NT e CAD Microstation. Já o Gemini é um projeto mais urbano, específico para redes de distribuição elétrica, e já é funcional nas áreas de Distribuição e Operação do sistema, sendo que o próximo passo é implantá-lo nos setores de Planejamento, Projeto e Manutenção da rede. "Abandonamos o papel completamente, agora nossa base é toda digital", afirma José Osvaldo Santos Lima, coordenador do grupo de Geoinformática da Cemig.

Eng. José O. Santos Lima, coordenador dos projetos Geocemig e Gedoc, da mineira CEMIG.

O investimento aparece com retorno prático no dia a dia da maior regional da CEMIG – a de Belo Horizonte – , que sozinha responde por cerca de 40% das atividades da empresa. O coordenador do Centro de Operações Regionais de BH, Hermano Campos, conta que antigamente os profissionais da empresa tinham que deter não somente conhecimento técnico na área de atuação, mas também geográfico, pois precisavam ter em mente um verdadeiro mapa da cidade para localizar os focos de problemas ou para precisar em que direção era necessário crescer, investir em novos cabos e alimentadores. "Hoje basta o conhecimento técnico, pois o Gemini já dá as coordenadas geográficas situadas em um mapa de fácil entendimento", afirma Campos. O coordenador também trabalha atualmente com uma equipe mais enxuta, cerca de 30% menor do que a anterior, operando com a mesma eficiência graças ao investimento em GEO.

Outra empresa de Utilitie que se destaca pelo pioneirismo em GEO é a paranaense COPEL. Desde 1974 a companhia alimenta um banco de dados georreferenciado da rede de Distribuição Elétrica em um mainframe IBM. Hoje, a preocupação que na época poderia parecer exagerada aparece como importante fator de sucesso do SIG-GD, o Sistema de Informações Geográficas na Gestão da Distribuição da COPEL. Operando com sucesso desde 1997, o GIS desenvolvido dentro da própria Utilitie em parceria com a empresa mineira de engenharia Construtel possui aplicativos para Cadastro, Projeto, Planejamento e Operação.

Construído sobre a plataforma VISION (da Autodesk), o SIG-GD da Companhia Paranaense já se converteu hoje em fonte de receita. O programa deu tão certo que a empresa presta assessoria a outras Utilities interessadas em implantar o GEO e comercializa, junto com a Construtel, a solução desenvolvida dentro da empresa. Outro fator importante do processo na COPEL foi a dedicação interna dos funcionários para que o projeto de implantação do Geoprocessamento deslanchasse. Desde 1995, quando começou o piloto PIGEO, Programa Inicial de Geoprocessamento, a companhia optou por assumir a responsabilidade do desenvolvimento do seu sistema, vislumbrando assim a possibilidade de absorção de novas tecnologias, o que a tornaria independente e baratearia investimentos futuros.

Os custos também foram reduzidos pelo método de desenvolvimento próprio da tecnologia, conforme salienta o engenheiro Ary Marques, da equipe de Geoprocessamento da COPEL. "Todo o trabalho de conversão de dados, que costuma ser o mais caro e trabalhoso, foi realizado sem ajuda externa, pelo pessoal da própria empresa", diz. Até o momento, cerca de 62% da base de dados da rede de Distribuição já foram convertidos para o SIG-GD, entre postes, transformadores, alimentadores, consumidores e demais acessórios da rede. Desses, o índice mais avançado na conversão é o de consumidores georreferenciados, que já totaliza 73% de um total superior a 2,7 milhões de unidades.

Na área de informática e desenvolvimento de aplicativos do SIG-GD, 15 pessoas trabalham exclusivamente para suprir as demandas da área de Distribuição da empresa, em conjunto com outros 6 profissionais da Construtel. "Qualquer setor que desejar um aplicativo específico de Geoprocessamento encaminha o pedido à área de Tecnologia da Informação, que desenvolve o produto e presta o treinamento", explica Paulo Rathunde, também da área de Geoprocessamento. "A intenção é disseminar mais o GEO dentro da área de informática, e posteriormente democratizar essa informação através de uma Intranet", complementa o analista de sistemas Geraldo Cézar Corrêa. Ele ressalta, ainda, que "além da área de Distribuição, estão sendo desenvolvidos aplicativos para atender os outros setores da COPEL: Transmissão de Energia, Telecomunicações (fibras óticas) e Distribuição de Gás".

Tela do aplicativo SIG-GD, da COPEL, desenvolvido sobre plataforma VISION.

A base cartográfica utilizada pela COPEL está nas escalas de 1:1.000 por restituição para áreas urbanas e 1:50.000 com ampliação para 1:10.000 em áreas rurais. Cabe salientar que no Paraná, desde 1993, a Câmara Técnica de Cartografia e Geoprocessamento coordenada pela COPEL e com a participação de diversos órgãos do governo estadual, padronizou os diferentes mapas urbanos utilizados no Estado. A Companhia também atua em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba em programas de economia de energia, partilhando seu banco de dados com o governo.

Empresas e Projetos
A capixaba Escelsa optou por adotar a solução VISION customizada pela COPEL para não ficar atrás na corrida do Geoprocessamento no Brasil. Hoje, utiliza o sistema no Cadastro e na Operação da rede elétrica. O processo de georreferenciamento dos mais de 800 mil consumidores da empresa já se encontra em fase final, com 92% das unidades cadastradas. O próximo passo da central elétrica é implantar o Geoprocessamento nas áreas de Planejamento de Subestações e Projeto Elétrico, para então desenvolver uma Intranet que disponibilize todos esses dados internamente. "Estou plenamente convencido que o GEO traz um grande avanço para qualquer companhia elétrica", atesta Antonio Carlos Gomide, coordenador do projeto de Geoprocessamento da empresa.

Segundo Gomide, o caso da Escelsa é bastante particular, já que a empresa foi a primeira a ser privatizada na onda de leilões do setor elétrico promovida pelo Governo Federal. "Existe uma cobrança especial por economia, para tornar o alto investimento vantajoso para todos", afirma. Nesse cenário, o GEO surgiu na Escelsa como um forte agente capaz de trazer maior rentabilidade ao quadro empresarial. "O Geoprocessamento nos ajuda a reduzir custos, planejar melhor as obras e o sentido de expansão da rede. Também facilita e agiliza a manutenção dos equipamentos", conta José Manoel, responsável pela área de cadastro da central.

Cerca de 90% dos municípios capixabas cobertos pela Escelsa já estão cadastrados, e agora o grande desafio da empresa é cadastrar a área rural, que na opinião de Gomide é "muito carente de mapas". Na Enersul (do Mato Grosso do Sul), companhia controlada pela mesma concessionária da Escelsa, o VISION também está sendo implantado, com 60% do total de 500 mil consumidores já cadastrados.

Outra importante companhia elétrica que vem implantando o GEO há alguns anos é a catarinense CELESC, que em 1993 estreou seu projeto piloto e deu início ao programa de Geoprocessamento da companhia. A previsão agora é de que até o próximo ano cerca de 51% dos mais de 1,6 milhão de usuários já estejam cadastrados. Além desses, existe uma preocupação paralela em situar geograficamente os 97 mil equipamentos da Central Elétrica. "Nossas redes de alta tensão devem estar completamente cadastradas até 2001, o que trará inúmeros benefícios", conta Jackson da Silva, gerente do projeto de Geoprocessamento.

Toda área de Distribuição da empresa está passando pelo "efeito GEO", sendo modernizada e conseqüentemente agilizando o trabalho dos funcionários. O Sistema de Manejamento das Operações (SIMO) é um exemplo de como o GEO vem revolucionando o tradicional serviço da empresa de Utilitie. Através da modernização do sistema de Trouble Call – de atendimento a emergências – , o SIMO conseguiu reduzir sensivelmente o tempo de resposta das equipes de reparo a danos na rede. "O consumidor liga, nós situamos o logradouro num mapa georreferenciado e imediatamente comunicamos a equipe de campo mais próxima para sanar as eventuais complicações", explica Jackson.

A manutenção preventiva da rede, no entanto, é uma das aplicações que mais prometem benefícios dentro da CELESC. "Temos um custo instalado de 150 milhões nos mais de 97 mil equipamentos da rede. Como não temos um controle de gerência deles, fica difícil manejar a utilização por determinado grupo de consumidores. Com o Geoprocessamento podemos evitar sobrecargas e otimizar o uso da rede, poupando despesas da ordem de R$ 6 milhões em 10 anos, só através da manutenção preventiva", esclarece o gerente do GEO da CELESC, que comanda uma equipe de 5 pessoas dedicadas ao projeto dentro da companhia. O software escolhido pela empresa também foi o VISION, e a Construtel atua em parceria com a Central Elétrica fornecendo tecnologia e treinamento de mão de obra.

O processo na CELESC está sendo mais trabalhoso do que nas outras Utilities porque a empresa ao invés de converter dados pré-existentes optou por recomeçar do zero, conforme explica Jackson. "Perdemos algumas atualizações do cadastro anterior e por isso os dados estavam tão defasados que resolvemos simplesmente eliminar as coordenadas em papel e começar tudo de novo, trabalhando apenas com o pessoal interno da CELESC, desta vez em meio digital", afirma. Embora o processo seja mais lento, Jackson aposta nas vantagens da absorção de tecnologia e na economia gerada pelo desenvolvimento próprio do projeto de GEO. "Comprar uma solução pronta, que inclua a conversão de toda a área de cadastro, sai caro. Existem projetos completos que custam de 10 a 20 milhões de dólares. É um processo rápido, porém deixa a empresa sempre dependente de tecnologia externa", argumenta.

Soluções sob Encomenda
No Rio de Janeiro as duas principais centrais elétricas do Estado optaram pelo desenvolvimento de soluções com apoio externo. Para a Companhia Elétrica do Rio de Janeiro (CERJ), quem fornece mão de obra especializada é a empresa Smallworld, que também oferece cursos de treinamento (com duração média de um mês) para que a nova tecnologia seja aproveitada ao máximo pela concessionária. Iniciado em 1998, até o início de 2001 o projeto promete estar plenamente funcional dentro da empresa. "Abastecemos cerca de 1,4 milhão de consumidores. Desses, 35% já estão georreferenciados e cadastrados", explica o chefe da área de cartografia e Geoprocessamento da companhia, Francisco Orlando.

Francisco Orlando, chefe da área de cartografia e Geoprocessamento da Lign-RJ, que contará com o apoio da Smallworld para implantar seu GIS.

Além da área de Cadastro, o trabalho de implantação abrange paralelamente os tópicos de Operação, Planejamento e Projeto, "e também outras áreas que necessitem de cartografia, como construção de rede, estudo de áreas próprias para implantação de novas redes e outros", complementa Orlando. Trabalhando com uma customização do software da própria Smallworld sobre mapas rurais na escala de 1:10.000 e restituição cartográfica de 1:2.000 em centros urbanos, a CERJ implantou seu projeto piloto na cidade de Resende – e com o sucesso obtido já está trabalhando para operar em Petrópolis e Teresópolis. Algumas das vantagens destacadas pelo engenheiro referem-se à economia nos trabalhos de campo e agilidade no atendimento a problemas na rede.

Segundo Francisco Orlando, a CERJ é "a primeira empresa a implantar esta tecnologia de Geoprocessamento de forma integrada", e por isso "está sendo necessário um esforço por parte da equipe de desenvolvimento e customização para a adequação dos respectivos softwares às necessidades e características do sistema de Distribuição da empresa". Atualmente 70% dos vôos previstos para o sistema de mapeamento já foram realizados.

Já a Light-Rio ainda não começou a implantar propriamente o seu projeto de Geoprocessamento, porém pretende seguir um rígido cronograma de operação. A empresa mostra-se consciente da importância do GEO na área e planeja iniciar seu projeto de Geoprocessamento a partir de junho deste ano, e tê-lo concluído já em setembro de 2002. O projeto deve abranger toda a área de Distribuição Elétrica. A plataforma utilizada será a Smallworld, que, segundo Mauro Andrade, coordenador geral do projeto de Geoprocessamento da empresa, "é a que melhor se adequa aos requisitos funcionais e de qualidade do nosso projeto". A solução será fornecida por um consórcio de empresas espanholas – composto por SAINCO/UNION/FENOSA – que irá auxiliar os profissionais da Light na implantação do sistema na empresa, compondo assim uma equipe mista. A Light-Rio abastece hoje cerca de 3,1 milhões de consumidores. "Será um projeto de grande envergadura", conclui o engenheiro da área Ronaldo Freund.

Tela do aplicativo Smallworld utilizado na CERJ, que conta com 35% dos consumidores cadastrados.

De norte a sul do país, as opiniões dos engenheiros que trabalham nessas empresas elétricas têm sido unânimes. Todos lucram com o uso do Geoprocessamento. Consumidores têm suas reclamações atendidas e contornadas com mais facilidade e rapidez – e, melhor do que isso, precisam recorrer menos aos serviços de atendimento, já que o GEO é capaz de reduzir falhas no serviço – , empresários aumentam a produtividade e o valor da sua marca no mercado, e funcionários em geral utilizam melhor o tempo para desenvolver e coordenar seus trabalhos, encontrando no GEO uma ferramenta inteligente de apoio à produtividade.

Para contato com as fontes da matéria:
CELESC – Jackson da Silva (jackson@celesc.com.br)
CEMIG – José Osvaldo Santos Lima (josvaldo@cemig.com.br)
CERJ – Francisco Orlando (fco@cerj.com.br)
COPEL – Geraldo Cezar Corrêa (geraldo@mail.copel.br)
ESCELSA/ENERSUL – Antonio Carlos Gomide (gomide@mps.com.br)
LIGHT-RIO – Mauro Andrade (mauro.andrade@lightrio.com.br)