A presença de diversos países confirmou que não há fronteiras quando se fala de tecnologia GIS

XXIV Conferência Anual da GITA, que aconteceu de 4 a 7 de março, ofereceu a seus participantes experiências educacionais de interesse geral. Cerca de 3.300 pessoas se reuniram no Centro de Convenções de San Diego, Califórnia, para trocar idéias, aprender e trabalhar em grupo em um dos mais tradicionais e bem estabelecidos eventos geospaciais do ano.

"A GITA mostrou que não há fronteiras quando se fala de integração da tecnologia GIS às diversas realidades dos clientes no mercado internacional," disse Marylice Andrades Atunes, coordenadora técnica do sistema de gestão da distribuição da Light Serviços de Eletricidade S.A. "Neste evento, foi possível perceber como o GIS já faz parte da cultura mundial. Pessoas dos mais variados países trocavam suas experiências numa perfeita integração. Foi maravilhoso observar a forte presença da cultura latina, com suas experiências profissionais bastante enriquecedoras".

Dezenas de brasileiros, que variavam de especialistas em GIS municipal à equipe executiva do CPqD, disseram ter gostado bastante do evento. A língua portuguesa era ouvida freqüentemente, assim como a espanhola, a chinesa, a coreana e muitas outras. Eles vieram de todos os cantos e representavam quase todas empresas especializadas em GIS e Utilities.

"Poder participar da conferência anual da GITA foi uma experiência tremendamente enriquecedora para mim," disse Flavio Yuaça, usuário de geotecnologias e coordenador de um projeto GIS na Prefeitura de Goiânia. "O evento da GITA é uma simbiose entre comunidade de usuários, fornecedores de produtos e serviços, e membros da academia, juntos numa mistura bem equilibrada de cursos, palestras e feira. A presença maciça de estrangeiros deixou claro que a GITA beneficiou-se da economia mais poderosa do planeta para produzir um evento cada vez mais internacional."

O tema da conferência "2001: A Geospatial Odissey" refletiu a jornada geospacial da indústria de Tecnologia de Informação, que antes era uma tecnologia de fundo de quintal e se tornou a indústria empreendedora que é hoje. O evento começou com a apresentação de 22 seminários cujos temas variavam de técnicas para distribuição de dados a estratégias de sucesso para automação de trabalho em campo. Mais de 1.000 pessoas participaram dos seminários.

Após as palavras do diretor executivo da GITA, Bob Samborski, durante a abertura do evento, o presidente da associação, Tom Coolidge, deu as boas vindas aos 1.100 delegados da conferência. O presidente da conferência, Joseph Hobbs (GeoIT), pediu aos participantes que compartilhassem suas experiências com os "amigos viajantes" durante a Odisséia Geospacial. O autor e explorador Jamie Clarke também estava presente e falou de sua última bem sucedida tentativa de conquistar o Monte Evereste, que foi comparada à aventura que pode ser encontrada nos negócios e em sua própria experiência de vida.

A área de exposição de 30.000 metros quadrados, que teve os espaços para estandes vendidos um mês antes do início da conferência, estava lotada no dia da abertura. O novo pavilhão LBS (Location Based Service) provou ser um sucesso entre os participantes e expositores "Tivemos um movimento excelente aqui", disse Laura Reinhart, da Panasonic Personal Computer Company. "Conhecer tantas soluções diferentes faz-nos pensar que talvez tenhamos uma grande diferença em quantidade," disse Yuaça, "mas as melhores experiências brasileiras não estão nada distantes das melhores experiências dos outros países.
As 97 sessões educacionais segmentadas em 12 tópicos sete painéis de discussão e os cinco fóruns de usuários – responderam Pelo aspecto educacional do evento. Dois novos temas "a perspectiva da administração de municípios" e "soluções espanholas"- ofereceram educação especializada adaptada a públicos específicos.

"Em que outro lugar é possível visitar os principais produtores de software GIS do mundo, reunidos em um único ambiente, e poder conversar com aquela pessoa que é a responsável pela evolução do produto que você utiliza todos os dias? Ou então assistir a uma palestra sobre interoperabilidade proferida pelo responsável por esta área no Open GIS Consortium? Que tal descobrir que os debatedores do Painel sobre Bancos de Dados Espaciais são os executivos e pesquisadores da Intergraph, GE Smallworld, Oracle e ESRI?", questionou Yuaça.

A próxima Conferência Anual da GITA acontecerá em Tampa, Flórida, de 17 a 20 de março de 2002. Informações podem ser obtidas no site www.gita.org/events/02_25_open.html. Os trabalhos devem ser entregues até 1o de junho de 2001. Favor contatar mgorman@gita.org para maiores detalhes, em português, espanhol ou inglês.

Por Martha Gorman e Elizabeth Roberts Gita – EUA .
Tradução e edição: Gustavo Zielonka Rodrigues

GITA no Brasil e no GEO BRASIL
A participação do editor da revista infoGEO e coordenador do Congresso GEO BRASIL 2001, Emerson Zanon Granemann, no evento da GITA foi muito importante para consolidar a instituição no Brasil. Na pauta de reuniões foram discutidos três temas: a criação do capítulo GITA-Brasil, o estreitamento da parceria entre a GITA e a revista infoGEO e a ampliação do apoio internacional da GITA ao evento GEO BRASIL, promovido pela Alcântara Machado Feiras de Negócios. Durante o evento, Emerson Zanon Granemann participou de uma reunião com outros países que já têm seus capítulos nacionais, ou ainda estão em processo de criação. Representantes do Japão, Austrália, Holanda, Alemanha, Peru, África do Sul, Índia, Colômbia e Argentina fizeram um breve relato da situação da GITA em seus países. Foram discutidas, com a coordenação de Robert Samborski, diretor executivo da GITA, as diversas formas do Brasil criar o seu capítulo e as principais vantagens que a comunidade de Geoinformação no país terá ao associar-se à GITA Brasil, como descontos em eventos e a possibilidade de trazer ao país seminários e cursos que são oferecidos no evento da GITA nos EUA.

No GEO BRASIL 2001, em São Paulo, a GITA participará apresentando dois cursos: Ciclo de Vida de um Projeto GIS e OPEN-GIS (apresentação do Projeto Mundial de Criação de um Padrão de Dados para GIS). Além disso, estão previstas mais três palestras e a realização de uma primeira reunião oficial da GITA-BRASIL, onde deverá ser apresentada a proposta de criação do capítulo e suas principais metas.

Ainda em relação aos eventos, a GITA informa que a meta para o futuro de seu principal evento nos EUA é ampliar o enfoque do congresso e feira, que hoje é o de tecnologia de informação aplicada em Utilities e LBS (Location Based Services), para a área de prefeituras, meio-ambiente e Geomarketing. Aqui no Brasil, a idéia é aproveitar ao máximo este apoio internacional da GITA ao GEO BRASIL e ampliar sua divulgação no exterior e ajustar sua programação, visando apresentar Geoinformação cada vez mais integrada à TI (Tecnologia de Informação) para gestão empresarial.

Em relação à revista infoGEO, ficou acertada também a manutenção da coluna GITA, além da futura criação da seção GITA-Brasil. A idéia é consolidar a revista como veículo oficial da GITA no Brasil e, posteriormente, em outros países da América do Sul. Ficou também previsto para 2002, quando os outros capítulos sul-americanos estiverem operando, o intercâmbio de notícias, o que facilitará a divulgação da GITA e a circulação da revista nestes países.

Para maiores informações sobre a GITA-Brasil, entrar em contato com emerson@infogeo.com.br