Com o objetivo de valorizar a navegação, melhorar as condições de segurança e garantir uma competição justa para todos, a direção do clássico Rally Dacar, ex Paris-Dacar, baniu o uso do GPS durante a maior parte da pro va de 2006. Em 99% do trajeto foi permitido somente o uso da bússola.

O sistema de posicionamento foi liberado apenas para mostrar direções básicas em casos extremos, como perda de rota por exemplo. Caso fosse constatado uso abusivo do GPS, o participante seria imediatamente eliminado da prova.

Os organizadores da caravana acreditam que a navegação mais ativa contribuiu com a diminuição da velocidade média do percurso. Desde 1979, quando foi realizada a primeira edição da corrida, centenas de competidores morreram por causa da alta velocidade. Este ano, o limite para motos foi de 150 km/h, carros puderam atingir no máximo 130 km/h e caminhões não ultrapassaram os 110 km/h.

Uma navegação competente, portanto, rendeu valiosos minutos no fim de cada etapa.

Mesmo com uma pesquisa apontando que 66% do público reprovou a proibição, os pilotos vêem o lado bom da história. Alguns comemoram que, agora, o espírito de aventura dos velhos tempos está de volta.

Das 475 equipes inscritas este ano, 196 completaram a prova. Três mortes foram registradas: um piloto, o australiano Andy Caldecott, e duas crianças, atropeladas por caminhões de assistência.

O rally terminou dia 15 de janeiro em Dacar, no Senegal.