A ejeção solar originada na quarta-feira (7/3) atingiu o campo magnético da Terra às 7h30 de quinta-feira, ocasionando a tempestade geomagnética mais intensa desde 2004. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou a marca de -147nT do índice DST, que mede o nível de perturbação do campo magnético do planeta e classifica números abaixo de -100 como tempestade geomagnética intensa.

As tempestades geomagnéticas são originadas por ejeções solares que emitem radiação e ao atingirem o campo magnético terrestre provocam alterações. Elas ocorrem geralmente quando o Sol está se aproximando do seu nível máximo de atividade (máximo solar), que ocorre em ciclos de 11 anos.  As tempestades podem ocasionar problemas tecnológicos, mas não oferecem risco à saúde humana.

Fenômenos solares são capazes de causar interferências em sistemas como o GPS, além da possibilidade de induzir correntes elétricas em transformadores de linhas de transmissão de energia e afetar a proteção de dutos para transporte de óleo e gás. Estes fenômenos são particularmente mais intensos no ambiente espacial brasileiro, devido à grande extensão territorial do país, distribuída ao norte e ao sul do equador geomagnético, à declinação geomagnética máxima e à presença da Anomalia Magnética do Atlântico Sul.

Aurora Austral_Australia
(Foto: Reuters/Andre Kuipers/ESA/Nasa/Divulgação)

Apesar das possibilidades de interferência magnética em satélites e sistemas de telecomunicações, os maiores impactos são sentidos nos pólos, com belíssimas auroras, como a registrada a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A aurora austral (ocorre em latitudes do hemisfério sul) sobre o mar, entre a Austrália e a Antártica foi registrada pelo astronauta holandês Andre Kuipers no último sábado (10).

Para mais informações sobre os fenômenos solares que afetam o meio entre o Sol e a Terra, e o espaço em torno da Terra, acesse o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace), do Inpe.

Com informações do Inpe