Atlas do Censo Demográfico do IBGE mapeia mudanças na sociedade brasileira
São Paulo e Rio de Janeiro já não têm o mesmo peso como grandes polos de atração do país. Em contrapartida, metrópoles emergentes como Brasília e Goiânia, destacam-se por apresentarem os maiores resultados no saldo migratório e na taxa líquida de migração. Em termos de distribuição regional da população, Sudeste, Nordeste e Sul continuam a apresentar os maiores percentuais com 42,13%, 27,83% e 14,36% do total, respectivamente, mas o Norte e o Centro-Oeste detêm as maiores taxas de crescimento populacional. Os padrões históricos de desigualdades regionais permanecem, entretanto, percebe-se, pelos indicadores socioeconômicos, a emergência da região Centro-Oeste.
Essas são algumas das informações obtidas a partir da visão geográfica da população brasileira recenseada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que lança agora o Atlas do Censo Demográfico 2010, com novos ângulos de análise da distribuição espacial da sociedade no território nacional. A publicação impressa traz 268 mapas, distribuídos através de um temário que se propõe a abordar, de forma abrangente e interligada, as várias dimensões que compõem a dinâmica e o perfil demográfico da população brasileira, dando ênfase às diferenças regionais e locais aí contidas.
Os temas relativos à inserção do Brasil no mundo, à divisão político-administrativa, às características demográficas, à distribuição espacial da população, aos fluxos da população no território e à urbanização, além daqueles relativos às condições de habitação, ao perfil social e econômico da população e à diversidade cultural, revelam questões fundamentais da população e do território brasileiros.
Quanto à Distribuição espacial da população, a análise dos mapas estaduais revela a grande heterogeneidade de povoamento do território. Olhando para os domínios territoriais de baixa densidade, destaca-se o formato linear da ocupação ribeirinha ao longo dos rios, na parte mais ocidental da Região Norte e o predomínio de densidades também lineares ao longo de estradas no Norte e no Centro Oeste, região onde as baixas densidades convivem com densas manchas urbanas, representadas pelas capitais estaduais, e com uma dispersão dos demais centros urbanos. A feição territorial composta por um domínio de maior adensamento populacional, conjugada a uma rede viária e urbana igualmente mais densa, é característica do Sudeste e Sul do país, revelando um padrão de ocupação mais consolidado.
Os mapas da Divisão político-administrativa do país – primeiro tema em escala nacional – fundamentam, em grande parte, a distribuição e a mobilidade da população no território brasileiro e ressaltam a evolução da malha municipal: ao longo do século XX, o número de municípios cresceu de 1.121, em 1900, para 1.890, cinquenta anos depois. Na última década, esse número passou de 5.507, em 2000, para 5.565 municípios em 2010. Dado o forte caráter descentralizador da Federação após a última Constituição Federal, a multiplicação das unidades de poder local constitui elemento intrínseco de compreensão da geografia da população brasileira, uma vez que a criação de um novo ente federativo constitui, em si, fator de interiorização de parcela da população brasileira.
A versão digital oferece uma navegação interativa para um primeiro conjunto de pranchas, com acesso aos seus correspondentes arquivos de base e tabelas com os indicadores utilizados no Atlas, além de disponibilizar a imagem de todas as pranchas em formato “pdf”.
O Atlas do Censo Demográfico 2010 pode ser acessado pelo link http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/.
Fonte: IBGE