Vista aérea do BRASIL

A Internet pode ser uma boa opção para quem precisa encontrar mapas gratuitamente. Veja a seguir dicas de como achar esta informação na rede.

É importante distinguir os diferentes tipos de informação disponíveis na Internet. Pode-se encontrar mapas com precisão para se trabalhar profissionalmente: há sites que citam a fonte da informação, modo de coleta dos dados, projeção e escala. Outros têm informações disponíveis, mas com menos detalhes sobre as origens. Outros ainda possuem bonitos mapas, com utilidade apenas para ilustração (o que afinal não é uma finalidade menor, já que uma boa apresentação sempre conta muito).

Outro ponto importante é sobre a questão de se cobrar ou não por informações na Internet. Geralmente (ou será sempre?) o usuário não gosta de pagar. Quem gosta? Mas a informação gratuita hoje pode significar que a longo prazo ela não será atualizada ou não estará disponível. Mas existem soluções criativas, que diversos sites, geográficos ou não, têm usado para se manter funcionando. É preciso buscar fontes alternativas de recursos.

Às vezes são pequenos botões com propaganda que você pode apertar e obter informações sobre produtos e serviços relacionadas à informação disponível naquele site. Embora às vezes seja um pouco chato, também uma janelinha extra aparecendo na sua frente pode trazer algum dinheiro para o site. E de qualquer maneira isto é melhor do que ter de pagar ou obter informação desatualizada ou simplesmente não ter informação alguma disponível. Todos os sites que visitamos hoje nesta coluna são gratuitos.

Mas vamos aos nossos sites de hoje. O primeiro é o do projeto Geominas, um conjunto de empresas governamentais de Minas Gerais que coloca as informações geográficas disponíveis na rede sem custo algum. O site é bem organizado e fornece informações em vários formatos de programas de geoprocessamento, como Mapinfo e ArcInfo, e formatos genéricos como DXF (formato de exportação do AUTOCAD), postscript (linguagem gráfica que pode ser enviada diretamente para a impressora ou importada por alguns programas) e ainda DGN (formato de exportação da Intergraph). É possível obter mapas de Minas Gerais e do Brasil. O endereço é www.geominas.mg.gov.br e existem instruções de como se usar o site.

Um outro endereço interessante é o de previsão de tempo. É a versão brasileira de um site muito famoso nos Estados Unidos, The Weather Channel-Brasil www.weather.com/brasil ou http://tempo.weather.com/ Os mapas são muito bonitos. Todos têm a data e hora da geração, o que é uma informação muito interessante. Podem-se obter mapas esquemáticos ou mais amplos, cobrindo toda a América do Sul ou apenas o Brasil. Vale a pena conferir as imagens de satélite e também as animações. É um bom exemplo do uso da Internet para divulgação de informações atualizadas e de alto conteúdo gráfico.

Outro site que visitamos é www.belohorizonte.com.br. Estão disponíveis fotos aéreas de Belo Horizonte de boa qualidade e com navegação agradável. O usuário pode simplesmente navegar ou copiar a foto para uso posterior. Este site é usado por vários profissionais de Belo Horizonte que montam mapas a partir das fotos ou apenas consultam para obter dados atualizados. Aqui também se destaca a beleza das fotos. As pessoas que gostam de mapas, de geografia ou de fotos sempre ficam impressionadas com a beleza do geoprocessamento.

O geo consegue reunir a beleza da natureza com o trabalho humano. O detalhe triste é a foto do parque das Mangabeiras em Belo Horizonte. De um lado, a beleza do parque; do outro, a devastação causada pela extração do minério de ferro. Quem olha para a montanha do ponto de vista da cidade não se dá conta da destruição.

A foto aérea revela a tragédia: atrás da fachada não sobrou nada. Dá para lembrar de Drummond, que não quis mais voltar a Belo Horizonte para não ver o buraco que restou no lugar das bonitas montanhas. Sobre a mudança de Belo Horizonte ele escreveu Triste Horizonte, poema em que ele fala, entre outras coisas, da destruição da Serra do Curral (ver box na próxima página)

Dá para ver que eu sou mineiro, mesmo sem ouvir o sotaque? Mas usei exemplos de Minas e Belo Horizonte só por uma questão afetiva e de maior conhecimento. Uma boa maneira de se achar mapas, imagens ou arquivos de geoprocessamento na Internet é usar os programas de busca como o yahoo (www.yahoo.com.br) ou o cadê (www.cade.com.br), ou apertando a tecla pesquisa de seu navegador. Coloque no campo de pesquisa a expressão mapa de sua cidade ou fotos de sua cidade e veja o que encontra. Existe muita informação de qualidade na Internet. É só procurar.

Vista aérea do Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte
(Imagem tirada do site www.belohorizonte.com.br)

Trecho do poema TRISTE HORIZONTE,
De Carlos Drummond de Andrade:

"Esta serra tem dono. Não mais a natureza
A governa. Desfaz-se, com o minério,
Uma antiga aliança, um rito da cidade
Desiste ou leva bala. Encurralados todos,
a Serra do Curral, os moradores
cá embaixo. Jeremias me avisa:
"Foi assolada toda a serra; de improviso
derrubaram minhas tendas, abateram meus
pavilhões. Vi os montes, e eis que tremiam.
E todos os outeiros estremeciam.
Olhei para a terra, e eis que estava vazia,
sem nada nada nada".
Sossega, minha saudade. Não me cicies outra
vez o impróprio convite.
Não quero mais, não quero ver-te,
meu Triste Horizonte e destroçado amor".

Frederico Fonseca é engenheiro mecânico, tecnólogo em Processamento de Dados e mestre em Administração Pública. Participa da equipe de geoprocessamento da Prodabel, responsável pela implantação do GIS da Prefeitura de Belo Horizonte. Atualmente cursa doutorado na Universidade do Maine. email: fred@spatial.maine.edu