Uma empresa pública de São Paulo abriu concurso público para a contratação de topógrafo, porém, no estado de São Paulo não existe curso técnico ou de nível superior que forma o profissional chamado de topógrafo. O que existe, na verdade, são cursos que formam o engenheiro agrimensor e o técnico em agrimensura. Então, de onde vem essa paranóia de contratar topógrafo? Recentemente, os estados do Tocantins e do Amapá realizaram concurso público e, corretamente, além de outros profissionais, contrataram o eng. agrimensor e o téc. em agrimensura. Por que será que São Paulo e outros estados, teoricamente mais desenvolvidos, não seguem o mesmo exemplo?

Por outro lado, também há algumas diferenças entre o eng. Agrimensor e o téc. em agrimensura, como, naturalmente, ocorre entre o engenheiro e o técnico de segurança do trabalho, o agrônomo e o técnico agrícola, o médico e o enfermeiro. O eng. agrimensor e o téc. em agrimensura são profissionais que se completam, mas que de forma alguma podem ser resumidos à mesma categoria. As evidências dessas diferenças são óbvias, mas não para alguns administradores públicos, que não entendem nem de administração, muito menos de engenharia. Para isso basta ver os grandes problemas de infra-estrutura que existem em muitas cidades brasileiras, principalmente pela falta do eng. agrimensor (profissional especializado em medidas). Finalmente, o téc. em agrimensura está treinado para executar tarefas específicas, enquanto o eng. agrimensor está capacitado a projetar, modelar e otimizar trabalhos decorrentes dessa especialização da engenharia.

Mas, a pergunta que falta ser respondida é: onde estão os CREAs, as associações dos engenheiros agrimensores, as faculdades e universidades responsáveis diretamente pela formação desse profissional, que deveriam cuidar pelo menos do Marketing desta profissão, para que ela não perdesse mercado para outra que nem existe "no mapa" ou, não continuasse sendo rebaixada à nível técnico?!

Luís Antônio dos Santos

Errata
No artigo "Tendências da fotogrametria digital", de Antonio Maria Garcia Tommaselli, publicado na edição anterior, houve um erro de escala. Substituímos micrometros, a unidade correta, por metros, como unidade de tamanho do pixel , no trecho que fala dos scanners fotogramétricos, sob o subtítulo "Formas de se obter imagens digitais". Pedimos desculpas ao leitor por essa falha e que, ao ler a matéria, leia então micrometros e não metros na citada parte do texto.

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