Preetha Pulusani

A norte-americana Intergraph está entre as maiores empresas de tecnologia do mundo. Na área de GIS ela não ocupa posição diferente. Nesta entrevista com a vice-presidente executiva da área de GIS /Mapeamento da empresa, Preetha Pulusani, você saberá das novidades em produtos, dos mercados alvo, das estratégias para Internet, dos programas de popularização das Geotecnologias, da atuação junto ao Consórcio Open GIS, e a força no setor de utilities, onde prega uma mudança: da utilização do AM/FM/GIS isolado para um empreendimento geoespacialmente capacitado. "GIS é uma tecnologia instigante e eu não acredito que nós tenhamos atingido algo perto do total potencial de sua aplicação", afirma Pulusani.

infoGEOQual a posição da Intergraph no mercado de GIS mundial?
Preetha Pulusani – A Intergraph é altamente considerada por sua liderança enquanto provedora mundial de soluções técnicas e integração de sistemas. De acordo com um novo relatório da Daratech (uma firma independente de pesquisa de marketing, de Cambridge, EUA), o faturamento mundial da indústria de softwares de GIS cresceu um robusto percentual de 12,8% chegando a mais de US$ 845 milhões em 99. A Intergraph continua a ser uma das líderes do mercado e contabiliza 28,3% de todo o faturamento da indústria de software.

Os dados da Daratech também mostram que a companhia tem a primeira ou segunda maior fatia de receitas nos setores chaves que servimos – governo, trasportes, utilities, e comunicações. Nossa rica herança geoespacial e tecnologia estão na essência dos produtos e soluções que oferecemos a estas indústrias.

E, igualmente importante, nós podemos supor que nosso sucesso e presença mundial nos setores que servimos são a razão para que a Intergraph seja também a líder no faturamento dos negócios de GIS ao redor do mundo – incluindo software, hardware, e serviços – com uma fatia de 38% do faturamento do mercado. Nós estamos muito contentes com este último relatório porque ele confirma que as novas iniciativas industriais que focalizamos, anunciadas no último ano, são sólidas e estão sendo aceitas por nossos clientes ao redor do mundo.

infoGEOEm que tipo de usuários estão focados os softwares de GIS da Intergraph?
Preetha Pulusani – A Intergraph tem duas áreas de foco distintas. Primeiro, nós temos produtos de GIS que podem ser usados numa ampla gama de aplicações geospaciais. As características chaves incluem integração de dados, visualização geográfica, e ferramentas de análise que são úteis em muitos negócios – setor imobiliário, varejo, redes de serviços, redes de transporte, agricultura, e seguros.

Em segundo, oferecemos extensões industriais para servir a governos, transportes, utilities e comunicações. Soluções específicas para um tipo de indústria incluem gerenciamento de terras, transporte rodoviário e ferroviário, gerenciamento de infra estrutura de água e de desperdício de água, e projeto e manutenção de redes elétricas e de comunicação.

Com a variedade de indústrias e negócios que procuramos atender, nossos clientes compõem uma ampla gama de usuários – de gerentes de GIS a gerentes de Tecnologia da Informação, de planejadores a assessores da área de impostos, consultores de desenvolvimento econômico a analistas de marketing, para dizer apenas alguns.

infoGEOQuais as novidades da Intergraph para este ano na área de GIS?
Preetha Pulusani – Ano passado, nós introduzimos novas versões de toda a família de produtos GeoMedia. A Intergraph mantem o seu compromisso de trazer soluções com alta produtividade para profissionais de GIS/mapeamento nos próximos lançamentos de produtos GeoMedia agendados para o meio do ano.

O novo lançamento (versão 4.0) inclui todos os nossos produtos GIS – GeoMedia, GeoMedia Professional, GeoMedia Web Map and GeoMedia Web Enterprise. As características importantes que vamos disponibilizar incluem suporte total ao modelo de objeto espacial do Oracle 8i, suporte para o servidor de bases de dados SQL Server, da Microsoft, como banco de dados Geo Media, e suporte para transações de longa duração com o banco de dados do Oracle 8i.

Outros acréscimos chaves incluem layout de mapas redesenhados e capacidades de saída de dados, suporte de memória dinâmico para publicação na Internet, novos comandos de digitalização no GeoMedia Professional, expansões da capacidade do nosso servidor de dados com formatos Genasys e Smallworld, e muito mais.

Somado a isso, a Intergraph vai introduzir extensões para gerenciamento de terras, de infra estrutura e fluxo de transportes, assim como soluções para gerenciamento de dados geoespaciais para utilities (energia elétrica, gás e água) e comunicações.

infoGEONa opinião da Intergraph, que tipos de negócios são futuros usuários potenciais da tecnologia GIS?
Preetha Pulusani – GIS é uma tecnologia instigante e eu não acredito que nós tenhamos atingido algo perto do total potencial de sua aplicação. Na minha opinião, nós vamos continuar com a taxa bem saudável de crescimento para as aplicações tradicionais de GIS que requerem ferramentas para capturar e manter dados e realizar análises. Mais e mais, eu prevejo o uso de dados geoespaciais e visualização no suporte à decisão.

A Tecnologia GIS vai se tornar melhor integrada a aplicações do corpo principal dos negócios bem mais do que ser uma ilha (ou barreira) tecnológica separada. Empresas desenvolvedoras, como a Intergraph, que adotam os padrões abertos da indústrias na sua tecnologia GIS estão aptos a tirar vantagem deste crescimento para passar a um nível diferente de aplicações empresariais.

infoGEOQual foi o faturamento total da Intergraph com GIS no ano passado? O mercado brasileiro foi responsável por qual parte disto?
Preetha Pulusani – A unidade de mapeamento/GIS e nosso produtos GeoMedia estão crescendo num ritmo rápido. Ano passado, nós vimos a receita de vendas do GeoMedia crescer 85% no mercado mundial. E, como mencionamos antes, a Intergraph teve 28,3% da soma total de receitas da indústria de software, de acordo com a Daratech. O Brasil oferece uma importante base de clientes e um mercado crescente para nossos produtos e soluções.

infoGEOQual a visão da Intergraph quanto ao mercado brasileiro para GIS?
Preetha Pulusani – A Intergraph vê grande potencial no mercado brasileiro. Nós temos alguns clientes brasileiros importantes que estão usando nossa tecnologia para mapeamento e aplicações de GIS. Nós também vemos uma expansão que está ocorrendo na base de clientes de médio e pequeno porte onde o valor percebido e o retorno do GIS estão aumentando.

infoGEOQue papel tem a Internet no crescimento e nas estratégias da Intergraph quanto a GIS?
Preetha Pulusani – Bem cedo, nós reconhecemos a necessidade de comunicar informações em tempo real pela Internet. Este foi o benefício real, mais do que mandar mapas estáticos e datados através da web. Nossa estratégia resultou em 96, no nosso produto GeoMedia Web Map. Hoje, o GeoMedia Web Map está rapidamente se tornando o padrão da indústria para GIS baseado em Internet.

O GeoMedia Web Map torna fácil compartilhar os dados espaciais do GIS através de fronteiras, indústrias e disciplinas. Por exemplo, agora agências de impostos podem compartilhar dados com departamentos de planejamento, caminhões utilitários podem levar a bordo computadores laptop com mapas ligados a relatórios de ocorrências, e o público em geral pode ter acesso instantâneo a dados sobre seus locais de votação, consertos de ruas, e mais.

Um web browser padrão transforma a Web num método efetivo, sem custo de aumentar as comunicações com outros, melhorar o envolvimento de comunidades e possibilitar decisões melhores. Compartilhar informações rápida e eficientemente é mais importante do que nunca. E nossos produtos GeoMedia estão ampliando o modo como as pessoas pensam e usam dados GIS no mundo real.

infoGEOA Intergraph tem algum programa ou ação para fazer a tecnologia GIS mais popular?
Preetha Pulusani – Sim, a Intergraph tem várias iniciativas para expandir o alcance da tecnologia GIS e fazê-la compreensível para as pessoas leigas. Duas delas merecem menção especial.

A primeira é baseada nos Estados Unidos mas pode ser expandida para associações internacionais, que englobam todo país, similares à NACo (Associação Nacional de Condados dos Estados Unidos). Nós trabalhamos com a NACo para criar um Kit de iniciação a GIS que inclui tecnologia (uma cópia gratuita do GeoMedia), dados geográficos de parceiros do setor de dados, amostras de aplicações, e treinamento para cada condado americano que estivesse interessado.

O aspecto significativo do programa é seu foco em aplicação e educação mais do que em tecnologia. Nós temos mais de 800 Condados nos Estados Unidos que têm tido vantagens com este programa.

A segunda iniciativa é o programa "O Poder para Aprender". Esse programa traz a tecnologia GIS para dentro da sala de aula, desde o jardim de infância até a sexta série ou a Universidade, e ensina aos estudantes o valor do GIS. Usando o kit de iniciação ao GIS, um professor pode melhorar o ambiente de sala tradicional introduzindo ferramentas tecnológicas que tornam divertido aprender.

A ferramentas tecnológicas são ajustadas a todas as idades e podem ser usadas por professores, não importa os conhecimentos técnicos que tenham. Novamente, o foco é na aplicação, não na tecnologia, porque, afinal de contas, é onde está o verdadeiro valor. Atualmente, nós já entregamos mais de 3200 kits de iniciação GeoMedia para escolas e Universidades ao redor do mundo.

infoGEOQual é o ponto de vista da Intergraph quanto ao Consórcio Open GIS (OGC), de padrões tecnólogicos abertos?
Preetha Pulusani – Na opinião da Intergraph, o OGC é uma organização muito importante para a indústria, e que certamente atingiu muitos objetivos neste curto período de existência. A Intergraph é um membro pioneiro e fundador do OGC e um grande adepto dos padrões da indústria e de tecnologias abertas à escolha do usuário.

É por planejamento e projeto deliberado, não por acidente, que o GeoMedia tem um modelo para acesso aberto para bancos de dados corporativos dispersos, ao que nós nos referimos como Geographic Data Objects (GDO). O modelo para acesso a dados GeoMedia é baseado em conceitos OLE/COM (Object Linking and Embedding/ Component Object Model) mas é proximamente relacionado à visão e conceitos de interoperabilidade do OGC. A Intergraph liderou o esforço para criar a especificação de acesso de forma simplificada para a plataforma OLE/COM e demonstrou a interoperabilidade usando um protótipo do GeoMedia.

Com o primeiro passo dado pelo OGC, que é a especificação comum e simplificada para COM, CORBA e SQL, a indústria atingiu sua meta de ter meios em comum para acessar geodados para cada um desses modelos. Isso certamente demostrou progresso no setor mas não resolveu muitas questões da interoperabilidade, devido a sua dependência da plataforma. Agora, nós estamos extremamente animados com as oportunidades oferecidas pelo OGIS-XML, também conhecido como GML – Geographic Markup Language.

GML emergiu como um padrão da indústria para a troca de dados entre sistemas heterogêneos. O objetivo do projeto OGC é permitir acesso comum e integração de fontes ilimitadas de dados geoespaciais que estão disponíveis na Internet. Isso inclui dados raster e vetoriais. Quando os seus leitores lerem isso, a Intergraph terá demonstrado, com GeoMedia, a conformidade do GML na forma de um servidor de dados GDO.

infoGEOQuais as novidades da Intergraph em GIS para telecomunicações?
Preetha Pulusani – Em 1999, a Intergraph transformou as ofertas de produtos geoespaciais aos setores de comunicações e utilities para criar um ambiente de IT (Tecnologia da Informação) mais aberto e capacitado focado na empresa. Nossos negócios verticais que têm como alvo estas indústrias continuam a prover liderança na mudança do AM/FM/GIS isolado para um empreendimento geoespacialmente capacitado através das nossas soluções pré-integradas de gerenciamento de fontes geoespaciais (GRM- Geoespacial Resource Management). O GRM integra uma completa gama de vantagens gerenciais e ferramentas de suporte à decisão dentro de um ambiente de Tecnologia da Informação focado na empresa.