A grande maioria das cartas celestes vendidas no Brasil são fabricadas em países de primeiro mundo, no Hemisfério Norte, e por isso os mapas representam galáxias que para nós aparecem alteradas, de ponta cabeça. Por essa razão o físico Marcomede Rangel, do Observatório Nacional, elaborou uma carta específica para o Hemisfério Sul.

O mapa astronômico brasileiro recebeu o nome de Céu, mede 33x48cm e mostra as principais estrelas e constelações vistas sob o ângulo de quem mora ao sul do Equador. ""Decidi fazer o mapa depois de muitas queixas de pessoas que compravam cartas celestes e tinham dificuldade para localizar as constelações no céu.

A constelação de Touro, por exemplo, se apresenta como um V quando vista dos EUA. Já quando observada do Brasil, ela parece um A. Não é à toa que no Sertão, os baianos chamam a constelação de sino", comenta o físico. Segundo ele, a carta servirá também como um guia para embarcações.

"Hoje, a maioria dos navios adota o GPS para fornecer sua posição exata no mar, mas nenhum deles descartou o sextante – instrumento usado para medir a altura das estrelas. Em caso de falha do GPS as embarcações poderiam usar o mapa para guiá-las", conclui Marcomede.