Uma mancha negra chama a atenção nas imagens do satélite Landsat 7, processadas pela Embrapa Monitoramento por Satélite para o zoneamento econômico-ecológico (ZEE) do Maranhão.

A mancha que fica sobre Piquiá, no oeste do estado, não é apenas fruto de queimadas. Trata-se de uma camada de fuligem, proveniente da produção intensiva de carvão vegetal para abastecer as cinco guseiras que existem na pequena cidade. Guseiras são indústrias siderúrgicas que produzem ferro-gusa.

A instalação dessas indústrias foi incentivada no final dos anos 70 ao longo da Ferrovia dos Carajás, que atravessa Maranhão e Pará, para agregar valor ao minério de ferro extraído da Serra dos Carajás. No final dos anos 80, os incentivos foram cancelados devido aos desmatamentos para a produção de carvão vegetal, consumido nos altos-fornos, na proporção de 800 kg de carvão por tonelada de ferro-gusa.

Algumas guseiras previstas deixaram de ser instaladas, mas as que já existiam continuaram produzindo. Uma das soluções para reduzir o impacto das guseiras seria o reflorestamento.

A extensão dos impactos da fuligem era desconhecida até a elaboração das cartas-imagem.