Para tentar coibir a pesca irregular nas águas profundas do Altântico, o Ministério da Agricultura pretende obrigar as embarcações arrendadas a instalar emissores eletrônicos para mapear seus movimentos por satélite. Os sensores enviarão para o satélite informações sobre a localização do navio. Do satélite elas vão para o centro de processamento de dados do Sistema Argos, em Toulouse, na França.

De lá, via Internet, seguem até o Laboratório de Oceanografia Pesqueira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, no Recife. "Cruzaremos as informações do satélite com cartas náuticas para saber qual a velocidade e a rota do navio", explica Paulo Travassos, coordenador do Sistema de Monitoramento por Satélite de Embarcações Atuneiras, criado por meio de um convênio entre a universidade e o Ministério da Agricultura. "Pela velocidade do barco, saberemos se está pescando ou não".

A portaria que obrigará os navios a instalar sensores deve sair neste mês. Por enquanto só a Norte Pesca, do Recife, aderiu ao sistema. Os cinco barcos arrendados por ela para a pesca do atum são permanentemente rastreados por satélite.

"As atividades da empresa ficaram transparentes", diz Travassos. A instalação de cada sensor custa US$ 1.700 e as empresas pagam taxa mensal de US$ 170 para a manutenção do sistema.