De acordo com o monitoramento por satélite realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), agosto foi o mês com o maior registro de focos de calor, indicativo de fogo no campo, desde 1998. Foram 32,9 mil focos.

No mesmo período do ano passado, o Inpe havia registrado 24,7 mil ocorrências. O aumento é de 35,8%. As queimadas são praticadas sobretudo na preparação do solo para a agricultura. No banco de dados do Inpe, com informações divulgadas desde 1997, o número de queimadas registradas em agosto só é menor do que o verificado em setembro de 1998. Naquele mês foram 33,6 mil focos. Setembro de 2001 também começou com muito fogo no interior. Somente nos quatro primeiros dias do mês foram 3,7 mil registros captados pelos satélites.

É mais do que em janeiro, fevereiro, março, abril e maio, se analisados isoladamente. O aumento do número de focos é ocasionado por uma série de fatores interrelacionados. A longa estiagem que atinge a região central do país é a causa preponderante. Durante todo o mês de setembro, o risco de que o fogo usado na agricultura não seja controlado e possa se transformar em incêndio deve continuar alto, pois o período crítico, de seca, vai de julho até o final deste mês.

A Amazônia Legal, que inclui a região Norte e os estados de Mato Grosso e Maranhão, é onde está concentrada a maior parte das queimadas (cerca de 80% do total).