O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) espera vender este ano cerca de três mil imagens de satélites a órgãos públicos e empresas privadas.

A quantidade é a mesma dos últimos dois anos, mas a expectativa é de que a partir de agora a demanda seja acentuada, em parte por conta do lançamento do satélite CBERS-2, que está previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2002 e que vai aumentar a oferta de imagens de custo menor.

A maior parte dos pedidos são intermediados pelas empresas de geoprocessamento que processam os dados visualizados nas imagens de acordo com o tipo de aplicação solicitada pelo usuário final. Como clientes fixos o Inpe tem cerca de 300 usuários.

O CBERS é um programa desenvolvido por brasileiros e chineses que no total prevê a construção de quatro satélites e no qual já foram investidos US$ 300 milhões. As imagens do CBERS-2 custarão a metade do valor cobrado pelas imagens dos satélites norte-americanos da série Landsat.

Pelas imagens do Landsat são cobrados em média R$ 1,1 mil enquanto que as imagens do CBERS-1, que acaba de completar dois anos em órbita, custam entre R$ 350 e R$ 600. Este satélite de certa forma comprovou a eficácia de um programa que na fase seguinte, quando serão desenvolvidos mais dois satélites (CBERS-3 e CBERS-4), terá aumentada a participação brasileira de 30% para 50%.

O faturamento com a venda de imagens gera uma receita anual da ordem de US$ 2 milhões para o Inpe, que assina o serviço de compra de imagens de uma série de satélites para seus projetos e pesquisas.