O governo brasileiro quer transformar a cooperação Brasil-China na área de desenvolvimento de satélites em nova oportunidade para a realização de acordos de compensação comercial, industrial e tecnológica.

Na época do lançamento do primeiro satélite, as empresas brasileiras do setor espacial entregaram ao Ministério das Relações Exteriores uma lista com cerca de 40 produtos, entre equipamentos de processamento de dados, computação, automação, telecomunicações e similares, que poderiam ser comercializadas pelo país.

Entre as empresas que contribuíram para a lista estavam a Imagem Sensoriamento Remoto, Tecsat, Mectron e Compsis. Mas, por enquanto, não houve o retorno esperado da parte dos chineses.

Os dois países desenvolveram juntos dois satélites de sensoriamento remoto (CBERS 1 e 2) e já trabalham no projeto do CBERS 3 e 4. O primeiro colocado no espaço em outubro de 1999 e o segundo deve ser lançado em primeiro semestre de 2002.

O Brasil investiu US$ 100 milhões no projeto CBERS 1 e 2 e arcou com a metade dos custos de lançamento do primeiro satélite, no valor de US$ 15 milhões. Segundo a Agência Espacial Brasileira, no CBERS 1 e 2, o acordo de cooperação tinha uma cláusula que estabelecia apenas a intenção dos chineses em comprar produtos da industria aeroespacial brasileira como forma de compensação pelos contratos do Brasil com a China.

Agora, a AEB promete um posicionamento mais firme do Brasil no projeto dos satélites 3 e 4.