Entidades que compõem o Fórum de Desenvolvimento de Altamira manifestam apoio à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, oeste do Pará. A retirada de engenheiros e técnicos de Altamira foi o sinal de que a Eletronorte não tem mais esperanças de conseguir liberar, a curto prazo, os estudos da obra, embargados por decisão da Justiça há cerca de seis meses.

A empresa afirma que o estudo ambiental da obra, que vem sendo contestado pelo Ministério Público Federal, tem aprovação do Tribunal de Contas da União. A usina de Belo Monte vai gerar 11 mil megawatts/hora e estava prevista para começar a funcionar em 2007.

O investimento é de R$ 8 bilhões, incluindo a linha de transmissão. Os 250 engenheiros, topógrafos, geógrafos e ecologista da Eletronorte estão arrumando as malas e devem seguir, na primeira semana de janeiro, para o município de Itaituba, oeste do Pará, onde a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encomendou estudos na bacia do Tapajós, cujo potencial estimado é de 14 mil megawatts, três mil a mais que o de Belo Monte.

A Justiça suspendeu a conclusão do EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impactos Ambientais) atendendo pedido do Ministério Público Federal. Entre os argumentos, o fato de que a Fundação de Amparo ao Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), órgão ligado à Universidade Federal do Pará, foi contratada sem licitação. Os procuradores alegaram também que, como a obra é em rio federal, terá que ter autorização do Congresso.