Um mapeamento geológico realizado pela UFPE mostra marcas do avanço do mar há 120 mil anos. O mapa da região costeira de Pernambuco revela que, naquela época, o mar avançou cerca de 10 mil metros. A água chegava a Aldeia, em Camaragibe, segundo os responsáveis pelo estudo, que resultou num livro com lançamento previsto para fevereiro.

O mapa foi dividido em três partes – Litoral Norte, Sul e Grande Recife.

O registro geológico do avanço do mar é um cordão de arenito do Pleistoceno, uma das épocas do Quaternário, período iniciado há dois milhões de anos. Trata-se de uma faixa de areia branca semelhante a da praia, mas sem sais.

No Pleistoceno, que durou até cerca de 10 mil anos atrás, originaram-se as planícies costeiras pernambucanas. Outro cordão, do Holoceno (a época atual), é composto pela praia e toda a área da faixa litorânea onde se dá a ocupação urbana. As construções se constituem numa ameaça porque impermeabilizam os estoques de areia.

De acordo com a UFPE, a principal contribuição do trabalho foi conhecer e quantificar os cordões arenosos.

O estudo, com duração de quatro anos, foi realizado com base em fotografias aéreas, ortofotocartas (espécies de montagem de fotos aéreas) e levantamento de campo. Esse é o primeiro mapeamento em detalhe do Quaternário costeiro em Pernambuco e os três mapas, na escala 1 para 100 mil, serão gravados num CD-ROM que acompanhará o livro a ser lançado em fevereiro.

A publicação, da Editora Universitária, deverá ter uma tiragem inicial de 500 exemplares.