Brasil e Rússia sinalizaram na terça-feira (15/1) a criação de um acordo de cooperação na área espacial, durante a visita do presidente Fernando Henrique Cardoso a Moscou. O acordo poderá incluir a utilização da base de Alcântara, no Maranhão, para lançamento de foguetes russos.

As bases para o acordo com a Rússia começaram a ser lançadas em outubro, quando uma comissão do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) visitou o país para tentar identificar possíveis pontos de interesse na cooperação espacial. Além do uso de Alcântara para lançamentos russos, os pontos principais são a adoção de tecnologia russa de propulsão líquida de motores para os VLS (veículos lançadores de satélite) do Brasil e a instalação de equipamentos russos para melhorar a resolução dos satélites brasileiros de sensoriamento remoto. "Nós hoje temos nos nossos satélites uma possibilidade de resolução de 20 metros.

Com a ajuda russa, haverá a possibilidade de um metro, portanto algo "muito mais preciso", afirmou FHC. Por enquanto, a cooperação com a Rússia é apenas uma intenção.

"Isso depende de uma série de acordos", disse o presidente brasileiro. Mas o convênio com a Ucrânia foi firmado ontem, com a assinatura, em Kiev, de um entendimento entre as agências espaciais brasileira e ucraniana para o lançamento dos foguetes ucranianos Cyclone-4 a partir de Alcântara. Também será assinado um acordo de salvaguardas tecnológicas, para proteger a tecnologia ucraniana.