Quinze anos depois de instituídas por lei, as reservas ecológicas da região metropolitana de Pernambuco – que abrigam o pouco que ainda resta da Mata Atlântica -, correm o risco de desaparecer sem mesmo serem implantadas de fato. Das 40 unidades de conservação definidas pela Lei 9.989, de 1987, apenas duas foram regularizadas e implementadas pelo Governo do Estado. As demais não passam de reservas de papel.

O perigo, entretanto, vai mais além. De acordo com um relatório elaborado recentemente pela Secretaria de C&T e Meio Ambiente (Sectma), 23 dessas áreas estão em situação de extremo risco, devido à degradação que vêm sofrendo ao longo dos últimos anos. Segundo o relatório, as reservas de Dois Unidos, no Recife, e de Passarinho, em Olinda, são as mais vulneráveis.

Vítimas da pressão urbana, as duas sofrem paulatinamente com o desmatamento. Para buscar a resolução do problema, um projeto em andamento, orçado em R$ 200 mil, vai mapear toda Mata Atlântica do Estado. Por meio de imagens de satélites e análise de campo, pretende-se identificar as áreas remanescentes de florestas. Com esses dados em mãos, os pesquisadores irão comparar com a área da reserva definida pela lei há 15 anos para saber o que mudou de lá para cá.