Brasil e Rússia querem a criação de um acordo de cooperação na área espacial, que poderá incluir a utilização da base de Alcântara, no Maranhão, para lançamento de foguetes russos. As bases para o acordo com a Rússia começaram a ser lançadas em outubro, quando uma comissão do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) visitou o país para tentar identificar possíveis pontos de interesse na cooperação espacial.
Um convênio com a Ucrânia já foi firmado, com a assinatura, em Kiev, de um entendimento entre as agências espaciais brasileira e ucraniana para o lançamento dos foguetes ucranianos Cyclone-4 a partir de Alcântara. Também será assinado um acordo de salvaguardas tecnológicas, para proteger a tecnologia ucraniana.
No caso de acordo com a Rússia, além do uso de Alcântara, os pontos principais são a adoção de tecnologia russa de propulsão líquida de motores para os VLS (veículos lançadores de satélite) do Brasil e a instalação de equipamentos russos para melhorar a resolução dos satélites brasileiros de sensoriamento remoto. "Nós hoje temos nos nossos satélites uma possibilidade de resolução de 20 metros. Com a ajuda russa, haverá a possibilidade de um metro, portanto algo muito mais preciso", afirmou o presidente Fernando Henrique Cardoso, que visitou Moscou em janeiro. Por enquanto, a cooperação com a Rússia é apenas uma intenção. "Isso depende de uma série de acordos", disse o presidente brasileiro.