Sistema permite visualização mais dinâmica além de ser mais barato para atualização

Por Sandra Solda

A Aerosat desenvolveu para a Eletrosul, empresa responsável pela manutenção e gerenciamento de cerca de oito mil quilômetros de linhas de transmissão no sul do país, um trabalho denominado vôo aerocinematográfico.

O projeto inicial, a pedido da empresa de energia elétrica, era para que a Aerosat realizasse um sistema para manutenção e gerenciamento das linhas de transmissão. Foi realizado um programa de geoprocessamento, a partir da criação da base cartográfica. Não estava em contrato a criação da videografia, mas segundo Peterson Martinski, diretor da Aerosat, este recurso enriqueceu muito a visualização da área de abrangência do projeto.

O sistema consiste basicamente numa câmera digital 8mm, adaptada no avião com visão 45º. Segundo Peterson, a escala variou bastante, mas o vôo foi feito todo a uma altitude de 300m, a 133 quilômetros da linha Jorge Lacerda, entre Palhoça e Blumenau, Santa Catarina.

Depois disso, o filme foi digitalizado e georreferenciado por torres de transmissão e não por coordenada; são dois focos diferentes, pois no filme não é necessário saber as coordenadas da torre, uma vez que já existem na cartografia. Para georreferenciar as torres foi usado uma estação para edição de vídeo, com o auxílio de um software não divulgado pela empresa.

Vantagens

A principal vantagem neste sistema é a melhor visualização da área desejada pelo cliente. "Com a imagem temos um dinamismo, uma visão mais real. Com a foto, perdemos os detalhes", declara Luiz Augusto Portella Filho, Gerente do Departamento de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente da Eletrosul.

Outra vantagem é o custo para atualização: "O cliente já tem a cartografia pronta com a ortofoto, se daqui a três anos tiver um questionamento de como está esta faixa, se foi construído casa, se fizeram um lago, alguma dúvida deste tipo pode ser sanada com uma filmagem aérea, que fica mais barata", declara Peterson da Aerosat.

Custos

O custo de um vôo aerocinematográfico, segundo a Aerosat, calculado de forma genérica, sai em torno de 50 reais o quilômetro linear. Peterson afirma que pelas estimativas da empresa, uma atualização via aerocinematografia fica mais barata, mas serve apenas para visualização; se quiser alguma atualização na base cartográfica terá que fazer outra foto. "Por ser panorâmica, a aerocinematografia foge das regras fotogramétricas", relata Peterson.

O projeto todo, incluindo a construção da base cartográfica e criação do programa de geoprocessamento levou 6 meses para ser finalizado e teve um investimento por parte da Eletrosul de cerca de 120 mil reais.

Integração

Na visualização de um projeto, algumas vezes existe uma dificuldade de se olhar pra frente. Todos os dados existentes no filme também existem na fotogrametria, então a vantagem está na agilidade de se obter uma informação. Como o sistema está em base ArcExplorer, vários setores da Eletrosul podem ter acesso a estas informações ao mesmo tempo. Segundo Luiz da Eletrosul, os setores de Meio Ambiente e Operação já estão utilizando o sistema dentro da empresa.

Outro ponto interessante deste sistema é que quando o usuário avança o filme e localiza uma torre de transmissão, automaticamente já é relacionada com a base cartográfica que também está sendo visualizada na tela

Agora a Eletrosul está fazendo análise do custo-benefício deste projeto. Já está em fase de aprovação na diretoria. Se for aprovado, será implantado em todas as linhas da empresa.

<br


Telas com a solução implantada pela Aerosat