Uma delegação da Agência Espacial Brasileira (AEB) embarca para a Ucrânia, na segunda quinzena deste mês, para discutir os detalhes finais do projeto de criação de uma joint-venture destinada à utilização da estação de Alcântara, no Maranhão, como base de lançamento dos foguetes ucranianos da série Cyclone 4. A conclusão das negociações em torno da joint-venture entre os dois países é esperada para setembro, segundo previsão do presidente da AEB, Múcio Roberto Dias.

A consolidação da associação comercial Brasil/Ucrânia, porém, também está atrelada à aprovação definitiva de um acordo de salvaguardas tecnológicas. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou, no final do mês passado, o acordo de Salvaguardas Tecnológicas Brasil/Ucrânia, com algumas ressalvas do deputado Waldir Pires (PT/BA).

A emenda do deputado propõe, entre outras coisas, que as informações sobre as características dos foguetes e dos satélites estejam disponíveis para que o governo tenha controle sobre os objetivos desses lançamentos. A operação comercial da base de Alcântara garante ao Brasil a disputa de fatias de um mercado estimado em US$ 4 bilhões anuais, equivalente a uma média de 60 lançamentos por ano. Para 2002, segundo projeção da empresa de consultoria americana Frost and Sullivan, a previsão é de que sejam realizados 54 lançamentos.