A verba emergencial de R$ 9 milhões, liberada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta semana, deve ser suficiente para pagar os custos fixos somente até outubro. O orçamento do Inpe este ano é de R$ 88 milhões (24% menos que em 2001), mas até agora o Instituto só recebeu R$ 24 milhões.

Uma parte dos recursos liberados na terça-feira (23/7) será reservada para o programa do satélite CBERS 2, feito em parceria com a China. O dinheiro será usado para saldar os compromissos com as empresas envolvidas no desenvolvimento dos satélites. Despesas com novos projetos estão temporariamente canceladas. Os demais programas de satélites do Inpe – o microssatélite científico franco-brasileiro e os satélites de sensoriamento remoto que integrarão a plataforma multimissão – estão sendo tocados de forma mais lenta, mas não foram paralisados. Luiz Carlos Moura Miranda, diretor do Inpe, declarou que foi reservado R$ 1 milhão para a campanha de lançamento do CBERS 2, e que é necessário desembolsar mensalmente mais R$ 2 milhões para saldar dívidas com a manutenção do Instituto.

Os cortes no orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia provocaram o adiamento de alguns projetos. A participação brasileira no programa da Estação Espacial Internacional (ISS) está praticamente parada, pois não há como liberar este ano os R$ 40 milhões necessários para o desenvolvimento dos equipamentos brasileiros.

Só em contratos para a área de engenharia espacial, onde são desenvolvidos os satélites do Programa Espacial Brasileiro, o Inpe precisa de mais R$ 5 milhões até o final do ano.