Segundo a revista britânica New Scientist, que noticiou o fenômeno de retração do Saara, a regressão das dunas ao sul do deserto foi verificada através de satélites e aerofotogrametria. O país mais beneficiado pela regressão do deserto é Burkina Faso.

Esta nação do oeste da África foi devastada pela seca e o avanço do Saara há 20 anos, mas agora está se tornando mais verde. A retração do Saara é a primeira boa notícia ambiental em anos de previsões sombrias sobre mudanças climáticas. As dunas estão se retraindo na região do Sahel, beneficiando outros países além de Burkina Faso. O fenômeno teria começado na década de 80 e tomado força nos últimos anos. O pesquisador Chris Reij, da Universidade Livre de Amsterdã, disse que fotografias aéreas mostraram uma recuperação espetacular da vegetação no norte de Burkina Faso.

Patrocinado por agências de ajuda humanitária de EUA, Alemanha e Holanda, o estudo mostra que não há apenas vegetação rasteira. Em alguns pontos o deserto deu lugar a árvores. Os cientistas não têm uma boa explicação para a diminuição do deserto. Associada ao declínio das chuvas e a prática agrícolas predatórias, a desertificação é considerada um processo irreversível. De acordo com a ONU, 45% da África correm risco de desertificação, sendo justamente o Sahel uma das áreas mais críticas.

Alguns pesquisadores acreditam que a principal razão da diminuição do deserto é o aumento das chuvas registrado desde o fim da secas severas dos anos 70 e 80. Outro motivo seria a melhoria das práticas agrícolas.