De acordo com os dados processados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e mapeados pela Embrapa Monitoramento por Satélite, o total de focos de fogo nestas três primeiras semanas de outubro já soma 37.653.

Mesmo faltando uma semana para terminar o mês, o número já é superior a outubro de 2001, quando foram detectados 31.219 focos pelo satélite NOAA-12. Chama a atenção a volta das queimadas na região Sudeste, que normalmente apresenta menos registros nesta época do ano, quando as maiores concentrações se verificam no sertão do Nordeste e na calha sul do baixo rio Amazonas.

Os índices do Sudeste correspondem a 11% do total de focos detectados em todo o país, mais do que o dobro do ano passado, em outubro, quando a região correspondia a apenas 3,2% do total nacional. Os altos índices do Sudeste são considerados conseqüência da seca pronunciada, que favoreceu a propagação de incêndios, inclusive em unidades de conservação de proteção integral, como os parques nacionais da Serra da Canastra (um dos mais atingidos), Grande Sertão Veredas e Serra do Cipó, em Minas Gerais, e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro.

No Pantanal a situação também é grave, assim como no oeste baiano e no centro-norte do Mato Grosso. Outra região de altas concentrações é o sudoeste do Pará e centro do Maranhão, além do interior do Piauí e sertão do Ceará.