O pesquisador e diretor de Projetos Espaciais da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Eduardo Santana, palestrante da última conferência "Quintas Espaciais" do ano, afirmou que existe capacitação nacional para a fabricação dos mais variados tipos de satélite.

Há a possibilidade de se desenvolver totalmente os subsistemas, sozinhos ou com assistência técnica. Entretanto, todos os projetos estão atrasados por falta de recursos. Segundo ele, entre as áreas em que há a necessidade de alguma assistência técnica de quem domine a tecnologia para que o projeto tenha preços e prazos razoáveis, encontram-se a de controle de atitude e câmeras. Embora a comunidade científica e tecnológica domine a teoria de controle de qualidade em software, estes nunca foram exercitados no país. O presidente da AEB, Múcio Dias, espera que o Brasil se torne um ator importante no setor de indústria de serviços e bens espaciais de altíssimo valor agregado.

"Anos atrás ninguém acreditaria que um país subdesenvolvido teria uma indústria espacial que produzisse satélite e foguete e uma base de lançamento em excelentes condições", destacou o presidente ao comentar que o país vai ocupar este mercado da mesma forma que a Embraer fez com o setor aeronáutico.

O Brasil fez seus primeiros investimentos na área espacial em 1970, quando o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) começou a desenvolver foguetes de sondagem. Lançou o primeiro satélite brasileiro em 1993 – o SCD1. O setor tem evoluído rapidamente, embora o governo federal tenha entrado atrasado neste mercado. A evolução tecnológica é muito grande e busca-se agora alcançar o estágio dos outros países.