A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está utilizando sensores aerotransportados ou instalados a bordo de satélites para a localização de jazidas minerais. Com a tecnologia, será possível reduzir custos e prazos na busca de novas jazidas.

O trabalho é desenvolvido pelo engenheiro Carlos Roberto de Souza Filho, diretor do Departamento de Geologia e Recursos Naturais do Instituto de Geociências (IGE-Unicamp), com a colaboração do geólogo Álvaro Crosta. Na Unicamp, foi montado um Laboratório de Espectroscopia de Reflectância, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a um custo de US$ 100 mil, mais cerca de US$ 80 mil para custeio das pesquisas.

A assinatura espectral é a forma característica de cada mineral refletir e/ou interagir com a luz solar, registrada em uma imagem. Depois de constituir a biblioteca com amostras de assinaturas espectrais, os pesquisadores passaram a avaliar a possibilidade de reconhecer o mesmo tipo de resposta em imagens produzidas por sensores remotos, o que indicaria a presença das jazidas. Foram testados tanto sensores hiperespectrais, com até 224 bandas – como o sofisticado AVIRIS (Advanced Visible and Infrared Imaging Spectrometer), do Jet Propulsion Laboratory da Agência Espacial Norte-Americana (JPL-Nasa), que é aerotransportado e ainda está na fase experimental – quanto os multiespectrais mais conhecidos como o ETM (Enhanced Tematic Mapper), também norte-americano, integrado ao satélite Landsat 7, com 6 bandas. Na faixa intermediária, ainda se avaliaram as respostas do sensor ASTER, a bordo do satélite nipo-americano Terra e o Geoscan, de 24 bandas, que é aerotransportado. No caso das jazidas, o número de bandas é mais importante do que uma resolução muito alta, como a dos satélites mais recentes como o Ikonos ou QuickBird.

As informações foram divulgadas pela Tribuna da Imprensa em 16 de abril.