Os governos europeus anunciaram ontem (26/5), após um longo atraso, o lançamento do programa espacial Galileu, que pode rivalizar com o sistema de posicionamento por satélite GPS, desenvolvido por militares norte-americanos.

A Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) disse em um comunicado que seus 15 sócios (Noruega, Suíça e todos os países da União Européia, exceto Grécia e Luxemburgo) chegaram a um acordo que prevê o lançamento de cerca de 30 satélites, que cobrirão três órbitas circulares em torno da Terra. O programa deve gerar 140 mil empregos, mas foi considerado redundante por autoridades dos Estados Unidos. A ESA diz que o Galileu, previsto para entrar em operação até 2008, será um sistema "civil", destinado a complementar as tarefas do GPS norte-americano.

A Comissão Européia considera o Galileu essencial para garantir a presença do continente na indústria espacial. Além disso, ele pode ter lucrativas aplicações comerciais nos campos dos transportes, lazer e segurança. Mas o projeto sofreu seguidos atrasos, inicialmente por causa do ceticismo de Grã-Bretanha, Alemanha e Holanda quanto a sua necessidade. Em seguida, começaram a surgir disputas por influência no projeto, envolvendo principalmente Itália e Alemanha. Esses dois países chegaram recentemente a um acordo, que, no entanto, atraiu críticas da Espanha, preocupada em perder espaço no programa.

"Cientes da importância econômica, industrial e estratégica da navegação por satélite, nossos países membros chegaram a um acordo pelo interesse comum", disse o diretor-geral da Agência Espacial Européia, Antonio Rodota, em nota oficial. Uma empresa, também chamada Galileu, será criada para administrar o projeto e terá sede em Bruxelas. Esse é o primeiro projeto conjunto envolvendo a ESA e a União Européia.

As informações são da Agência Reuters.