Nos últimos 35 anos, o Rio de Janeiro recuperou 2,9% de sua área verde, que cobre hoje 28% do território fluminense.

Na capital, a recuperação foi menor: 0,97%, a maior parte na Zona Oeste. A decadência da agricultura foi o principal motivo para a regeneração da cobertura vegetal no estado, principalmente na Região Serrana. Os números inéditos estão no Índice de Qualidade dos Municípios (IQM Verde II), que o Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Cide) lançou na semana passada, no Palácio Guanabara. O estudo reorienta o debate sobre o desmatamento e faz uma avaliação, com dados precisos, sobre a evolução da regeneração das florestas fluminenses nos últimos 35 anos. Segundo o Cide, O IQM II é muito mais robusto que o IQM I por ser um estudo evolutivo da cobertura vegetal do Estado do Rio.

O mapeamento em pequena escala permite ver a evolução de áreas mínimas. Feito em dois anos, este é o mais completo diagnóstico florestal do Estado do Rio de Janeiro em todos os tempos. O município de Paraty, na Costa Verde, é o grande santuário ecológico (o verde cobre 86% do município), acompanhado de perto por Angra dos Reis (85,8%), Mangaratiba (82,1%), Nova Friburgo (70,6%), Cachoeiras de Macacu (63,9%), Teresópolis (63,5%) e Cordeiro (53%). Por outro lado, Nilópolis e São João de Meriti, na Baixada Fluminense, alcançaram o índice zero de cobertura vegetal. Na capital, o avanço das favelas destruiu florestas e impediu a regeneração de outras áreas verdes. O Rio conta com 19,9% de cobertura vegetal, sendo que apenas 8,2% de florestas de alta qualidade (Mata Atlântica).

O estudo revelou que, além da decadência da agricultura tradicional (em 1960, a agricultura representava 4,6% do PIB do estado e hoje apenas 0,4%), o surgimento de novos parques estaduais e federais e o ecoturismo contribuíram para o aumento da cobertura vegetal, principalmente nas regiões Serrana, Centro-Sul e em parte do Noroeste, na divisa com Espírito Santo e Minas Gerais.