A Rosaviakosmos (agência espacial russa) anunciou na semana passada a conclusão de acordo para a realização de lançamentos de seus foguetes Soyuz a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa. Além de reforçar a liderança européia no mercado de lançamentos comerciais de satélites, a ação acaba de tornar ainda mais difícil a inserção do Centro de Lançamento de Alcântara no concorrido circuito.

A notícia foi dada pelo jornal Folha de SP em 19/6. A base brasileira, montada no Maranhão a apenas 2,3 da linha do Equador, é a mais bem localizada do mundo, à exceção do Sea Launch -uma plataforma marinha mantida por EUA, Rússia, Ucrânia e Noruega que pode ser posta exatamente na divisa entre os dois hemisférios. A principal vantagem de estar perto da linha do Equador é a economia de combustível na colocação de satélites em órbitas geoestacionárias.

A base européia de Kourou tem posição quase tão boa quanto a brasileira, postada 5,2 ao norte da linha do Equador. Apesar da ligeira desvantagem, os europeus dão total prioridade a ela. Os russos devem começar a fazer isso também, depois do acordo fechado com a ESA. Juntas, Europa e Rússia fizeram 70% dos lançamentos comerciais no ano passado. O que sobra é praticamente o mercado americano, que respondeu por 27% dos lançamentos em 2002. Mas o Brasil não pode pleitear lançamentos que envolvam foguetes ou satélites com tecnologia americana enquanto não aprovar um acordo de salvaguardas com os EUA.