De acordo com os dados do satélite NOAA-12, processados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Embrapa Monitoramento por Satélite (CNPM), foram registrados 10.585 focos de queimadas no mês de junho. É um número pouco menor do que os 10.903 focos de junho de 2002, e maior do que os dois anos precedentes: 8.438 focos em junho de 2001 e 6.311 focos em junho de 2000.

As maiores concentrações de focos estão em Mato Grosso, que em junho respondeu por mais de 73% do total brasileiro ou 7.775 focos. Os índices de queimadas na Amazônia Legal aumentaram mais de 63% entre 2001 e 2002, passando dos 89.765 focos registrados entre junho e novembro, em 2001, para 146.215 focos em igual período de 2002.

O aumento dos desmatamentos, verificado com o uso de outro satélite – o Landsat 7 – no mesmo período, chegou a 40%. O serviço especial de detecção de incêndios em unidades de conservação e terras indígenas, do Inpe, contabilizou 297 frentes de fogo durante o mês, das quais 286 foram identificados em terras indígenas. "Vamos redobrar a atenção no monitoramento às queimadas desta temporada, com um acompanhamento mês a mês, tendo em vista que estes índices são indicativos de desmatamentos.

Os números do ano passado já davam sinais do brutal aumento do desmatamento na Amazônia, agora anunciado pelo Inpe", disse Evaristo Eduardo de Miranda, coordenador de pesquisa da Embrapa Monitoramento por Satélite, para a Tribuna da Imprensa.