A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou ontem (2/7) de uma reunião interministerial para definir um pacote de medidas contra o desmatamento na Amazônia. A ação envolverá pastas como Transportes, Agricultura, Integração Nacional, Reforma Agrária, além do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia. Algumas diretrizes enfatizam a qualificação do monitoramento por satélite, levantamento e melhoria da legislação específica, além da fiscalização. 

Também novos números sobre o desmatamento passarão a ser disponibilizados com mais freqüência, na página do Inpe (www.obt.inpe.br). Ministérios e várias entidades de pesquisa e da sociedade civil, como Embrapa, Ibama, Sipam, Inpa, Imazon, Ipam e ISA, estão envolvidas na análise técnica e qualificada dos dados de desmatamento. Os números foram divulgados na quarta-feira passada (25/6) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As causas do desmatamento incluem o avanço da fronteira agrícola, a expansão da pecuária, as queimadas, a atividade de madeireiras ilegais e até assentamentos realizados na região pelo Incra. A floresta perdeu 25 mil quilômetros quadrados, uma área superior a todo o estado de Sergipe, contra os 18 mil quilômetros dos 12 meses anteriores.

São informações desoladoras porque, ainda no ano passado, a revista Science trazia a boa surpresa de previsões de queda da taxa de desflorestamento, devido a mudanças na regulamentação do uso da terra, ao que seria um bem-sucedido combate às queimadas e ao programa de reintegração de terras griladas. Mas agora se constata que, ao contrário, o processo sofreu grande aceleração.