A tecnologia de sensoriamento remoto desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para detectar queimadas e desmatamentos na Amazônia a partir de imagens de satélite foi posta à disposição do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para acompanhar a mobilização dos sem-terra em todo o país.

Com precisão que permite observar áreas a partir de 60 metros com boa resolução, os satélites fazem quase semanalmente imagens das áreas de conflitos agrários. O Incra também usa as imagens para emitir laudos de produtividade das áreas pretendidas para reforma agrária. Elas revelam se as áreas têm reservas florestais, rios, lagos, benfeitorias e, até, a qualidade do solo. Comparadas com registros anteriores, mostram o impacto dos assentamentos e das ocupações por sem-terra. O Inpe recolhe fotos do satélite americano Landsat e do sino-brasileiro CBERS 1. O primeiro passa sobre o Brasil a cada 16 dias e o outro, a cada 25 dias.

Seus equipamentos fotografam o relevo e transmitem as imagens para uma antena em Cuiabá (MT), de onde são enviadas para o Inpe. A margem máxima de erro, em relação ao posicionamento, é de apenas 30 metros. O potencial de observação será ampliado ainda este ano com o lançamento do segundo satélite da família CBERS. De acordo com o Inpe, a idéia é chegar no futuro a um monitoramento diário, aplicando novas tecnologias. Imagens colhidas em março no Pontal do Paranapanema confirmam um estudo realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp): os assentamentos estão voltando a ser áreas de pastagens, como antes da desapropriação.

 As imagens também contrariam o argumento do MST para justificar a baixa produção dos assentamentos, de que as terras da região são de má qualidade.

As informações são da Agência Estado.