O diretor do Centro Tecnológico de Aeronáutica (CTA), brigadeiro Tiago Ribeiro, informou ontem (25/8) que o incêndio que produziu a tragédia na base de Alcântara teria sido iniciado com a ignição espontânea de um dos quatro motores do Veículo Lançador de Satélites (VLS). Com esse indício, a comissão de investigação criada para apurar o acidente deve concentrar o seu trabalho nas causas desse acionamento imprevisível de ignição.

O engenheiro Mauro Tolinky, vice-diretor de espaço do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) de São José dos Campos, disse que a comissão de investigação, da qual é membro, não descarta nenhuma hipótese como causa do acidente. Ele explicou que o acionamento do motor poderia ter ocorrido por uma onda eletromagnética, por uma descarga elétrica ou pelo toque involuntário de uma peça metálica no reservatório de combustível.

A explosão do VLS causou a morte de 21 técnicos e ferimentos em dezenas de outras pessoas. Ontem as instalações da base de Alcântara foram abertas para a visitação de jornalistas. A comissão tem trinta dias para concluir o seu trabalho, mas esse prazo pode ser prorrogado. Segundo o brigadeiro, o transporte dos corpos das 21 vítimas do incêndio para São José dos Campos deve ocorrer até a tarde de hoje (26/8), em avião da Força Aérea.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, afirmou que o acidente com o Veículo Lançador de Satélites não prejudica os entendimentos que o Brasil vem mantendo com a Ucrânia e a Rússia para o desenvolvimento do programa aeroespacial do país. Roberto Amaral assegurou, também, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já lhe informou que o programa espacial do país não deverá ser interrompido.