As montanhas e planícies submersas que compõem o leito do oceano junto ao litoral brasileiro foram recentemente mapeadas por pesquisadores gaúchos.

Criado com a ajuda de sons em alta frequência, o mapa abrange a costa do Brasil do Rio Grande do Sul à Bahia e pode trazer informações valiosas sobre as correntes e os seres vivos marinhos. O trabalho, divulgado pela revista Pesquisa Fapesp, tomou nada menos que seis anos dos oceanógrafos Lauro Madureira, Christian Ferreira e colaboradores da Furg (Fundação Universidade Federal do Rio Grande).

, até a embocadura do rio Real, na fronteira entre os Estados da Bahia e de Sergipe. A sondagem das profundezas do litoral se estendeu por uma faixa que vai de 60 milhas a 600 milhas marítimas (algo em torno de 110 km e 1.100 km, respectivamente). O ponto mais distante da costa atingido pelos pesquisadores gaúchos foi a cadeia de montanhas submersas Vitória-Trindade, a leste do Espírito Santo. A técnica usada pelos pesquisadores da Furg examina o leito do oceano como se ele fosse uma imensa barriga de gestante, usando ultra-sonografia.

O tempo que o eco leva para retornar ao barco dá aos pesquisadores uma idéia bastante precisa da profundidade. Para montar o mapa tridimensional ainda é preciso fazer uma série de correções na escala. O mapeamento é o primeiro do gênero no Brasil a ser feito com dados recolhidos em barco e pode ajudar no estudo de diversos recursos marinhos.