A Indústria de LBS descobre o "Ganho de Escala" e os caminhos começam a se delinear
Na coluna anterior vimos como o avanço tecnológico dos últimos anos finalmente criou o conjunto de funcionalidades e padrões para o desenvolvimento das aplicações de LBS, o que representou um importante marco na efetivação da indústria de serviços baseados em localização (LBS). Neste artigo veremos que, como conseqüência natural do estabelecimento de tais padrões, uma "indústria de apoio" aos LBS começa a se materializar na forma de produtos e serviços oferecidos por importantes "players" do mercado da informática e telecomunicações.
Graças à perspectiva de comercializar seus produtos e serviços para um número maior de clientes, que agora podem desenvolver aplicações com interfaces padronizadas, empresas especializadas em conteúdo e até alguns "monstros sagrados" como a Microsoft e a Qualcomm se animaram a produzir e disponibilizar algumas peças fundamentais para a integração de LBS comerciais.
Os altos investimentos em tecnologias de localização, licenças de software para tratamento de mapas vetoriais e até mesmo bases de mapas e de conteúdos georreferenciados foram até hoje os grandes vilões que desanimavam os empresários a se lançarem de forma pioneira na exploração do mercado de LBS. Pois bem, este cenário está com seus dias contados graças ao surgimento dos "serviços de base" padronizados, comercializados sob demanda para vários clientes com o conseqüente "ganho de escala" devido ao volume comercializado, os quais já estão derrubando os custos e viabilizando a operação comercial dos LBS nos quatro cantos do planeta.
Graças à aderência aos padrões de formato dos mapas, de interfaces e APIs, e até mesmo de conteúdo, partes fundamentais de uma aplicação de LBS já podem ser adquiridas conforme a necessidade dos operadores, e a custos bastante reduzidos possibilitando o repasse desta economia ao usuário final que passará a contar com aplicações interessantes a preços razoáveis e sedutores.
Como exemplos desta nova filosofia de trazer os "ganhos de escala" à cadeia produtiva dos LBS, podemos citar iniciativas como a da Microsoft, com seu Microsoft Location Server (MLS), que possibilita a padronização de fornecimento seguro e autenticado de coordenadas de localização, o Bureau de localização via A-GPS na América do Norte que tem a Qualcomm como um de seus importantes apostadores, e o badalado MapPoint que é o serviço de fornecimento de mapas vetoriais sob demanda da Microsoft, disponibilizado no conceito de "web services" que já se consagra como a tendência a curto e médio prazos.
No Brasil, o conceito de utilizar mapas e conteúdo através de plataforma do tipo "web services" com alta disponibilidade e agressivos SLAs (Service Level Agreement) já está sendo colocado em prática pelos principais "players" do mercado de rastreamento de veículos e LBS, onde um harmônico ecossistema produtivo começa a se estabelecer, delineando para os operadores de Serviços Baseados em Localização os caminhos do bom senso e do profissionalismo que são vitais ao sucesso e saúde de seus negócios.
Romualdo Henrique Monteiro de Barros especialista em Serviços para Telefonia Móvel e diretor da Flögen Track. romualdo@lm.com.br