O Brasil conquistou sua independência na área de sensoriamento remoto com o lançamento do segundo satélite sino-brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-2), do Centro de Lançamento de Taiyuan, na China, no mês passado. O país economizará, deixando de alugar satélites como o norte-americano Landsat, cuja linha atendia ao governo brasileiro há pelo menos sete anos.

O último exemplar apresentou defeito no final de maio, fazendo com que o Brasil contratasse os dados captados pelo satélite francês Spot. O aluguel custou US$ 1,5 milhão por três meses. O CBERS-2 será útil para o monitoramento de queimadas, desmatamento e para previsão de safra. Considerado de grande porte, o CBERS-2 tem dois metros de comprimento e dois metros de largura e pesa 1,5 tonelada. O equipamento tem duas câmaras que operam na faixa do visível e uma na faixa do infravermelho, que permite a visualização de queimadas.

A Agência Espacial Brasileira (AEB) adianta que o CBERS-3 e 4 levarão câmaras mais avançadas, que permitirão maior resolução de detalhes do solo. O CBERS-3 deverá estar em órbita em 2006 e o CBERS-4, até 2007. Assim como os dois primeiros, a terceira versão do satélite sairá da China, mas o CBERS-4 será lançado da Base de Alcântara, no Maranhão.

É possível, ainda, que o quarto CBERS leve um radar, o que permitirá fazer imagens à noite e em dias de nuvem. O custo total do programa CBERS, até o momento, foi de US$ 300 milhões, sendo que o Brasil pagou um terço.

O montante incluiu a integração dos satélites, os testes, os gastos com infra-estrutura e pessoal e também o lançamento. A AEB prevê que os próximos satélites da série terão custo superior, cerca de US$ 200 milhões cada um, em função das câmaras mais sofisticadas que levarão.