Ontem (16/3), ao apresentar o relatório da investigação sobre a explosão o VLS-1, o ministro da Defesa, José Viegas, confirmou que um dos quatros motores foi acionado ocasionalmente por um dos detonadores.

O acidente matou 21 técnicos na base de Alcântara, no Maranhão, em agosto do ano passado. A causa direta do acidente – a origem da descarga que acionou prematuramente o foguete – permanece desconhecida e continuará sendo investigada. Mas já se sabe que a adoção de pelo menos uma medida de segurança a mais – a blindagem de fios – poderia ter evitado a explosão.

O relatório mostra que havia fragilidade operacional na base e que faltava gerenciamento de risco. Segundo Viegas, a prova disso é o fato de 20 pessoas trabalharem ao mesmo tempo em áreas diferentes do VLS, quando o máximo permitido é de seis pessoas. Isso aumenta o risco de um esbarrão que pode produzir descarga eletrostática por causa dos choques dos corpos com o metal, especialmente durante o dia.

O ministro disse ainda que a demora na conclusão dos projetos e a escassez de recursos humanos e materiais fragilizaram a operação na base e criaram as condições para o desastre. "Temos problemas se acumulando há 15 anos. A longa convivência do projeto com escassez de recursos humanos e materiais pode ter levado ao acidente. Estamos diante de um processo que teve início há 15 anos. Projetos estratégicos para o Brasil têm sido mantidos em virtual estado de hibernação por tempo excessivamente longo", afirmou o ministro.

Segundo Viegas, o governo ainda está avaliando o montante de recursos necessários para retomar o programa espacial brasileiro. A íntegra do relatório sobre o VLS-1 está no site do Ministério da Ciência & Tecnologia: www.mct.gov.br.