O mercado internacional de imagens para sensoriamento remoto não esperava por essa novidade. Brasil e China deram o primeiro passo para o desenvolvimento conjunto de um sistema de aplicações para o Programa CBERS – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, visando a produção de estações de recepção, fornecimento e comercialização para diversos países de imagens geradas pelo satélite.

Na última semana os dois países assinaram um Memorando de Entendimento que estabelece como a infra-estrutura do sistema de aplicações será desenvolvida, assim como as normas para o funcionamento das estruturas do segmento solo e de aplicações. A cooperação sino-brasileira iniciou em 1988, como o desenvolvimento conjunto de satélites de observação da Terra.

Dois satélites foram lançados. O primeiro, o CBERS-1, foi ao espaço em outubro de 1999, a partir da base de Taiyuan, na China, e operou com sucesso até agosto de 2003. O CBERS-2 foi lançado em outubro de 2003 e opera com total êxito. Com esta iniciativa o Brasil torna-se um país promissor na área, visto que alguns dos principais satélites com características semelhantes às do satélite CBERS ou estão no final de sua vida útil, ou apresentam problemas na geração de imagens.

Atualmente, o uso das imagens do CBERS-2 é restrito ao Brasil e à China. O Protocolo Complementar que regulamenta e define as políticas dessa nova cooperação deve ser assinado até o segundo semestre deste ano. Segundo a assessoria do INPE, ainda neste ano, representantes chineses e brasileiros discutirão, entre outros temas, a política de aplicações dos produtos dos satélites CBERS-3 e CBERS-4, previstos para serem lançados, respectivamente, em 2007 e 2010.

Acesso às imagens

Em breve, o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, anunciará a disponibilidade ao público brasileiro, gratuitamente, o catálogo de imagens do CBERS-2. Para acessar os arquivos, bastará se cadastrar. Ainda em fase de avaliação, a medida, secundada por um sistema de busca ágil e interface gráfica atraente, visa democratizar ao máximo a utilização do sensoriamento remoto no Brasil.