Madeireiros e pecuaristas de Rondônia e do Acre desmataram ilegalmente uma área de floresta nativa de 37,3 mil hectares, entre 2002 e 2004, numa região perto da tríplice fronteira entre os dois Estados com o Amazonas. Graças ao monitoramento feito pelo satélite do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foram registrados desmatamentos de uma área equivalente a 20 arquipélagos de Fernando de Noronha.

Ela fica no Amazonas, ao sul do município de Lábrea (a 954 km de Manaus). Porém os estragos podem ser ainda maiores. "Com certeza o desmatamento é muito maior", disse o chefe da Fiscalização do Ibama no Amazonas, Adilson Cordeiro.

Segundo ele, o Intituto está cruzando os dados dos satélites com os colhidos pelas equipes de campo, numa força-tarefa denominada Operação Tauató –primeira medida do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia.

O desmatamento

As frentes de desmatamento ao sul de Lábrea, segundo o Ibama, se expandiram a partir da BR-364, em Rondônia. De lá, os madeireiros partiram para o Amazonas, abrindo corredores com tratores no meio da selva.

O resultado da ação foi o surgimento dos ramais (estradas secundárias) Mendes Júnior –cujo acesso é feito por Nova Califórnia– e dos Baianos e Jequitibá, dos quais a porta de entrada foi o distrito de Vista Alegre do Abunã. Três madeireiros foram indiciados por crimes ambientais, quatro motosserras e três tratores foram apreendidos e dezenas de acampamentos foram destruídos.

Para ter acesso a parte da área devastada, os fiscais tiveram de usar motosserras. Os madeireiros fazem uma "cortina" com troncos para driblar a fiscalização.

Mas quando a "cortina" cai, o resultado é impressionante. O analista ambiental Jair Schmitt explica que essa região devastada também é alvo de grileiros. Dentro do ramal Jequitibá, por exemplo, o Ibama encontrou cinco acampamentos escondidos dentro da floresta.

Pelos rastros deixados pelos extratores contratados pelos madeireiros, estima-se que entre 20 e 30 pessoas faziam parte dos acampamentos, que contavam até com geradores e depósitos para água e munição.

Fonte: Brasil Online