Pesquisadores franceses do Centro para Pesquisa Científica de Estrasburgo estão usando imagens de satélites para tentar medir a energia gasta por tartarugas gigantes de couro ao longo de todo um ciclo dentro da água. Algumas destas tartarugas chegam a ter 365 quilos e a 2,1 metros de comprimento. Elas partem da costa da Guiana Francesa, no norte da América do Sul, fazem uma pequena pausa para desovar, a que dura poucas semanas em terra, e migram para as águas quentes do Atlântico, nove semanas depois da chegada. Mas não são todos esses répteis que irão voltar para as praias sul-americanas.

Por isso a preocupação destes especialistas em tentar entender exatamente o que ocorre nesse processo de dispersão pelas águas atlânticas. Imagens de satélites possibilitaram a descoberta de as distâncias percorridas por estes animais são enormes.

Os pesquisadores já sabem que as tartarugas de couro chegam a 500 quilômetros da costa leste da África antes de retornar. Elas não usam canais imaginários estreitos no oceano. A dispersão ocorre em um mesmo sentido, mas em uma área geográfica bastante abrangente. O gasto energético não se dá apenas pelas distâncias percorridas na horizontal.

Os animais chegam a mergulhar até 1,2 mil metros de profundidade em busca de comida. É exatamente na volta para a América do Sul que o problema mais grave ocorre. A procura por comido acaba seguindo a corrente do Golfo e até mesmo por todo o cinturão atlântico.

Neste caso, as imagens registraram o desaparecimento altas quantidades de tartarugas. É aí que elas ficam expostas à pesca indiscriminada e acabam sendo capturadas em por pescadores profissionais.