Nem um pouco preocupados com os avanços do projeto Galileo, os norte-americanos apostam cada vez mais alto em seu filão geotecnológico: o GPS (Sistema de Posicionamento Global, na sigla em inglês). Desta vez a novidade no segmento é o envolvimento do Brasil na campanha de aprimoramento da tecnologia.

No início desta semana, os brasileiros foram convidados a enviar sugestões que possam contribuir para esta nova empreitada. O convite foi feito por Jason Kim, analista do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, durante o seminário Aumente a Produtividade do seu Negócio com o Uso do GPS, realizado pela Amcham- SP em parceria com o Consulado dos Estados Unidos no Brasil e apoio de divulgação da Editora MundoGEO "Requisitos especiais que não estejam sendo atendidos devem ser levados ao Departamento de Comércio, rumo ao desenvolvimento da tecnologia GPS", afirmou Kim. Em operação desde 1993, o GPS é constituído por uma constelação de 24 satélites, posicionados de forma a cobrir todo o globo terrestre.

O sistema é operado pela força aérea americana, mas tem aplicações militares e civis. Um dos mais tradicionais usuários do GPS é a indústria de mapeamento, mas o sistema vem sendo cada vez mais aplicado em serviços de rastreamento, navegação aeroespacial, agricultura de precisão e indústria de mineração.

"O sistema tem grande potencial de crescimento", disse Kim. Ele citou aplicações de uso mais recente nos Estados Unidos, como acompanhar a movimentação de crianças e monitorar o deslocamento de animais. Só em hardware, o GPS movimentou US$ 9 bilhões em 2002, informou Kim. "O valor exclui software e serviços de valor adicionado". Na avaliação de Lee Morin, do Departamento de Estado Americano, o sucesso do GPS deve-se em grande parte à natureza aberta do sistema.

A tecnologia não cobra taxas públicas para uso, nem taxas de licenciamento. "O sinal é aberto e gratuito", informou Morin. Segundo Morim, os Estados Unidos estão empenhados em assegurar a interoperabilidade do GPS com o Galileo, sistema europeu de navegação por satélite que deve entrar em operação em 2008 para uso não-militar. "O máximo benefício à sociedade virá da compatibilidade entre os sistemas", afirmou, destacando que, ao contrário do GPS, o Galileo pode estar sujeito ao pagamento de taxas.

GPS no Brasil

O panorama do GPS no Brasil foi traçado por Helio Kuga, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Uma das principais aplicações da tecnologia no País é o monitoramento de frota. A região amazônica também vem sendo protegida com uso do GPS, que, associado a aviões e ao Sistema de Informações Geográficas, informa sobre queimadas e desmatamentos. No futuro, o País terá navegação aeroespacial por GPS.

Kuga enumerou os benefícios da tecnologia: melhor controle do tráfego aéreo, segurança nas operações de decolagem e aterrisagem, otimização de rotas e menor consumo de combustível.

Informações da Amcham UPDATE