Está prevista para outubro a publicação do Atlas Ambiental do Município de São Paulo, financiado pela FAPESP, dentro do Programa Biota. Com 250 páginas e 38 mapas, a obra traz como destaque a dimensão da devastação do verde da cidade de São Paulo.

Elaborado ao longo de quatro anos a partir de imagens de satélite, fotos aéreas e pesquisas de campo, o Atlas é o mais recente e completo levantamento da vegetação natural paulistana. O livro revela que São Paulo perdeu cerca de um quinto de sua vegetação nativa na última década.

De 1991 a 2000, loteamentos clandestinos e favelas avançaram sobre 53,6 quilômetros quadrados da área verde paulistana, sobretudo na periferia das regiões leste, norte e sul. Hoje restam pouco menos de 200 quilômetros quadrados de vegetação intacta no município, o equivalente a 13% do território ocupado pela maior metrópole brasileira.

O trabalho mostra também que o processo contínuo de crescimento desordenado vem levando a população carente a morar cada vez mais distante do centro e a avançar sobre as principais áreas de proteção da vegetação natural e de mananciais, situadas em regiões ainda hoje oficialmente classificadas como rurais. Desse modo, o pouco que resta do verde paulistano se concentra nos 32 parques municipais salpicados pela cidade e nos sete estaduais – a maior parte da vegetação nativa está na Área de Proteção Ambiental Capivari-Mono, ao sul das represas Billings e Guarapiranga.

"O objetivo principal do trabalho foi analisar os danos à vegetação nativa para orientar a implantação de novas áreas de preservação nas regiões ameaçadas e conservar as unidades de preservação já existentes", disse a geóloga Harmi Takiya, coordenadora do atlas e atualmente subprefeita da Mooca, zona leste da capital paulista.

O levantamento apresenta, além de muitas outras informações, dados sobre os tipos de solo e relevo sobre o qual a metrópole cresceu e o perfil de ocupação da cidade, com a definição das áreas em que se concentram as indústrias, os prédios comerciais e residenciais formados predominantemente por casas ou por ocupação vertical.

+Informações http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br

Informações da FAPESP