Seguindo a tendência mundial de uso do GPS (posicionamento global via satélite) para controle da qualidade de vida, o Ministério da Saúde iniciou o maior mapeamento da história do Brasil sobre áreas com solo contaminado e populações expostas ao risco, utilizando o sistema.

De acordo com informações já levantadas em secretarias de Saúde, Ministério do Meio Ambiente e companhias estaduais de saneamento, há em todo o país 15.237 áreas contaminadas. Os técnicos já estão indo a campo, dando prioridade a 200 áreas consideradas de maior necessidade.

Os critérios de seleção incluem regiões industrializadas, locais de despejo de resíduos industriais, depósitos de agrotóxicos e regiões de mineração. Até o fim de novembro, o governo pretende terminar essas atividades para formar o Sistema de Áreas Contaminadas e com Solos Expostos (Sisolo), que será administrado pela Vigilância Ambiental em Saúde Relacionada às Áreas com Solo Contaminado (Vigisolo). O mapeamento da poluição será o grande referencial para o governo implantar políticas de saúde pública. Segundo Daniela Buosi, integrante da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em Saúde, estão sendo levantadas informações sobre as populações que vivem num raio de um quilômetro dessas áreas contaminadas.

"É para ações preventivas de saúde pública", diz ela. O trabalho é feito a partir de uma articulação institucional e tem a participação de técnicos estaduais de saúde, meio ambiente, agricultura e das federações de indústria. Técnicos das secretarias estaduais de saúde serão capacitados para continuar o trabalho de georeferenciamento de áreas poluídas.

Os técnicos preferem não divulgar dados sobre o levantamento, mas afirmam que a poluição em áreas industriais do Rio de Janeiro e São Paulo é "mais crítica" em relação a estados menos industrializados. Utilização do GPS Cada área contaminada tem uma ficha específica no novo sistema.

O técnico identifica o local com o aparelho GPS, detalha as características da área contaminada e informa quem é o responsável pela geração e disposição de resíduos perigosos no meio ambiente. A ficha inclui fotografia do local contaminado, os tipos de resíduos industriais que são lançados e o impacto no meio ambiente.

Os técnicos também estão levantando a distância da poluição até o curso d’água mais próximo, a presença de população em áreas próximas de contaminação e a origem das nformações prestadas ao estado sobre a respectiva área de risco. O levantamento de áreas contaminadas pelo Ministério da Saúde foi divulgado na última quarta-feira pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Fonte: Gazeta Mercantil