Foi lançado na última terça-feira pelo Governo do Paraná o "Plano Diretor de Mineração" (PDM) que irá direcionar os investimentos do Estado ao setor.

O PDM foi montado pela Mineropar, uma empresa vinculada à Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos para o Mercosul, e mostra a potencialidade mineral da Região Metropolitana de Curitiba, levantadas graças ao uso de tecnologias avançadas de geoprocessamento em Sistema de Informações Geográficas. Resultado de dois anos de pesquisa, o PDM traz um mapeamento geológico de toda grande Curitiba e apresenta propostas de soluções para os conflitos que ocorrem entre a atividade mineral e outras formas de uso e ocupação do solo, tais como a urbanização e a preservação ambiental.

Com o lançamento do plano, a Região Metropolitana de Curitiba vai ganhar um retrato fiel de seu setor mineral. O estudo permite, a partir de uma base de dados digitais georrefenciados, apurar as potencialidades minerais da região. São dados da economia mineral e do macrozoneamento da atividade da mineração, incluindo informações da ocupação urbana crescente e dados sobre as unidades de conservação existentes.

O levantamento possibilitou a quantificação de informações até então pouco conhecidas. Através dos dados coletados, é possível afirmar que na RMC situa-se a segunda maior reserva de calcário do Brasil, o que poderá proporcionar a instalação na região de um dos maiores parques cimenteiros da América Latina. Os números não mentem. Hoje existem 721 jazidas na Região Metropolitana de Curitiba..

A região também possui a maior jazida de fluorita do País, um minério usado na indústria de tintas e fármacos, através de compostos à base de flúor. O chumbo, encontrado no Vale do Ribeira, é outro minério com as maiores quantidades do Brasil, porém, como não encontra preço no mercado, sua exploração foi abandonada. Ainda pode ser citada a extração de rochas ornamentais, mármores e granitos, além dos minérios constituintes dos agregados para construção civil, como areia, argila, cal e pedra brita. A RMC também possui uma jazida de ouro. Com as primeiras lavras superficiais do metal precioso, abertas na década de 80 e hoje já quase exauridas, atualmente há uma mina subterrânea no município Campo Largo.

De acordo com o diretor geral do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), Miguel Nery, a experiência do Paraná será adotada por outros estados. "O plano usou uma tecnologia que vai contribuir para o acompanhamento da evolução de planos diretores de mineração em outras regiões metropolitanas", afirma.

O plano também será utilizado pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) para balizar o Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) da RMC. O estudo está sendo entregue para órgãos federais, estaduais e prefeituras.

O plano tem como base mapas geológicos e estudos da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), da Comissão da Carta Geológica do Paraná, do DNPM e da Petrobrás.

Fonte: O Estado do Paraná