Os satélites de controle ambiental europeus vão contribuir para prever catástrofes naturais, como incêndios ou cheias, anunciou a Agência Espacial Européia (ESA).

Segundo o sub-diretor do Centro de Controle da ESA, Jean-François Kaufeler, o satélite europeu Envisat já pode recolher informações sobre fontes de poluição ambiental e danos naturais, e indicar suas potenciais causas. “Tecnicamente já existe a possibilidade de prever essas catástrofes naturais, mas na prática falta tempo e dinheiro para desenvolver plenamente o sistema”, afirmou Kaufeler.

O futuro sistema GMES (Controle Global do Ambiente e Segurança), que entra em operação em 2010, vai contribuir para a compreensão e o domínio das alterações climáticas planetárias, proporcionando dados e modelos sobre fenômenos como o El Niño e o ciclo do carbono. O objetivo é recolher, processar e validar informações para facilitar a elaboração de previsões e de mapas da cobertura vegetal da Terra, além de controlar a composição atmosférica e das áreas costeiras. O GMES também vai permitir prever quando, onde e o tempo de duração de secas ou cheias; bem como epidemias de doenças perigosas, detectando os fatores ambientais que contribuam para a sua propagação.

Em órbita a 800 km de altitude desde março de 2002, o satélite tem dez instrumentos a bordo para monitorar os fenômenos mais importantes e problemáticos como a camada de ozônio, a alteração progressiva das manchas florestais em zonas ameaçadas, as mudanças dos oceanos e suas temperaturas e as catástrofes humanas e naturais.

Um dos principais instrumentos do Envisat é o MERIS (Medium Resolution Imaging Spectrometer), um espectrômetro que fotografa a superfície terrestre para recolher dados, mas só o pode fazer quando as condições de iluminação o permitem.